Em mais uma apuração de crimes contra a vida, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) efetuou, nesta quarta-feira (13/3), a prisão preventiva de um investigado, de 36 anos, suspeito de assassinar um homem, de 39, com mais de dez disparos de arma de fogo. O crime ocorreu no dia 17 de fevereiro, no bairro Madri, em Belo Horizonte.
Conforme apurado pela equipe da 3ª Delegacia Especializada de Homicídios Venda Nova, vinculada ao Departamento Estadual de Investigação Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP), na data do crime, o investigado e a namorada dele passaram em frente a um bar, de onde a vítima supostamente falou alguma coisa para a mulher, sem, contudo, gesticular em direção ao casal, que seguiu caminho.
Menos de um minuto depois, o suspeito saiu de casa com uma arma de fogo em punho em direção ao bar e efetuou os primeiros disparos contra a vítima. O homem ainda tentou fugir do ataque, mas foi perseguido pelo investigado. A vítima, então, conseguiu correr cerca de 50 metros até que finalmente caiu.
O investigado foi para casa, onde a namorada o esperava no portão. Percebendo que a vítima ainda estava viva, o suspeito correu novamente em direção a ela e atirou mais vezes, totalizando 11 disparos de arma de fogo. Em seguida, ele fugiu.
A equipe de investigação entrevistou testemunhas e descobriu que os últimos disparos contra a vítima, que já estava caída, foram realizados enquanto o filho do homem, de 12 anos, segurava a mão do pai.
?Pelos depoimentos colhidos, a família acredita que a vítima poderia estar viva, caso o suspeito não tivesse agido novamente, sendo que uma testemunha e o filho da vítima quase foram atingidos, ou seja, ele também causou risco comum?, explica a delegada responsável pelo caso, Ariadne Coelho.
O investigado já tinha procedimentos por posse para uso e consumo de drogas ilícitas e lesão corporal, bem como registros por ameaças, com uso de arma de fogo e arma branca, por desentendimentos banais. Além disso, consta decisão judicial válida de medidas protetivas (violência contra mulher) em seu desfavor.
A delegada ressalta que o investigado agiu por motivo banal. ?Além disso, ele foi extremamente cruel em sua ação, que ainda resultou perigo comum: primeiro, porque efetuou diversos disparos na frente do filho da vítima; e segundo, como se não bastasse que a vítima já tivesse agonizando no chão, ele retornou ao local e descarregou mais uma vez a arma contra o homem?, afirmou Ariadne.
O inquérito policial está em fase de conclusão e o investigado será indiciado por homicídio qualificado por motivo fútil, por meio que causou perigo comum e por recurso que dificultou a defesa da vítima, combinados com tentativa de homicídio.