A Justiça retirou o processo referente o crime de extorsão na Prefeitura de Divinópolis nesta terça-feira (5). A informação foi dada primeiramente pelo site Divinews e o Portal MPA teve acesso às alegações dos presos à Polícia Federal.
Os homens são identificados como Aldo Nonato Vilafranca, Douglas Alves Montenegro e Sandro Rodrigues Barbosa e Agnobaldo Assis dos Santos. Esse último estava sem documentos e revelou sua identidade em depoimentos à PF. Todos eles continuam presos até o presente momento.
Os conduzidos negaram ameaças ao assessor especial Fernando Henrique Costa de Oliveira dentro do Centro Administrativo, no dia 24 de janeiro. Por outro lado, os policiais federais encarregados na operação e que estavam em uma sala ao lado da reunião, confirmaram que Fernando foi intimidado.
Homem nega envolvimento do PCC
Agnobaldo, mais conhecido como “Magno”, era o homem apontado por Fernando como integrante do Primeiro Comando da Capital (PCC). Durante depoimento, Magno, que morava em São Paulo, negou participar da facção criminosa e alegou “que na hora do calor a gente fala umas besteiras”.
Ele disse que conhecia Douglas Montenegro e Sandro Rodrigues há anos. Ele foi convidado para sair de São Paulo para Divinópolis para que recebesse 25% do repasse da Lei Paulo Gustavo. Magno disse que o prefeito Gleidson não sabia do repasse e que Fernando utilizou a assinatura eletrônica do chefe do Executivo sem o conhecimento.
Investigados por extorsão na Prefeitura apontam Aldo como pessoa próxima a Fernando
Douglas Montenegro afirmou que sabia da existência dos recursos da Lei Paulo Gustavo através de um homem chamado Humberto, que recomendou para o investigado procurar a Prefeitura através de contatos políticos. O investigado afirmou que foi deputado estadual no Espírito Santo. Porém, ele nunca foi eleito, recebendo apenas 307 votos nas eleições de 2018. Ele também disse que chegou até Fernando Henrique através de Aldo Villafranca, que é um conhecido do assessor.
Sandro Rodrigues, servidor do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), também negou ameaças a Fernando. Ele também disse que chegou em Aldo Villafranca para conhecer Fernando Henrique e organizar a licitação fraudulenta. Porém, Fernando afirmou que não teria mais como liberar a verba após sua exoneração no ano passado.
Já Aldo Villafranca, mais conhecido como “Aldinho”, permaneceu em silêncio enquanto estava na sede da Polícia Federal. De acordo com Fernando Henrique em depoimento à PF, Aldo entrou em contato com o assessor para perguntar como estava seu irmão e disse que precisava de reunir na Prefeitura junto com Sandro e Douglas. Aldo teria intimidado Fernando sobre os dois homens de São Paulo, os apontando como “perigosos”.
O que diz a defesa dos acusados?
A redação do Portal MPA entrou em contato com a defesa dos investigados. O corpo jurídico confirmou que as declarações foram prestadas na sede da Polícia Federal e que o processo demonstra o resumo da ocorrência, não a íntegra das falas.
O processo segue em investigação, principalmente após o recolhimento dos celulares dos acusados. Todos eles seguem no Presídio Floramar.