No próximo sábado (30/3), o Galo entra em campo para a final do Campeonato Mineiro, na Arena MRV, contra o rival. Será a estreia do técnico Gabriel Milito no comando da equipe. O segundo mais jovem técnico estrangeiro do Clube. O início de trabalho de um técnico que, apesar de jovem, tem vasta experiência no futebol, como jogador e comandante.
Ao longo da carreira, Gabriel Milito trabalhou com vários técnicos. Suas maiores referências de trabalho foram Pep Guardiola e José Pekerman. O espanhol treinou Milito no Barcelona, e Pekerman convocou o então zagueiro para a Copa do Mundo de 2006. Sobre as influências, o técnico deixou claro que busca seguir um estilo próprio, mas falou do relacionamento com o atual técnico do Manchester City.
“Tive muitos bons treinadores. Guardiola sem dúvidas foi um dos melhores. Aprendi muitos conceitos com ele, muitos. E, depois, com meus próprios ideais de jogo, de futebol, e tento aplicá-los. O primeiro que temos que fazer é ser autêntico. Não podemos imitar outro treinador”, afirmou.
O início
Gabriel Milito é o irmão mais novo do ex-atacante Diego Milito. Uma família que se divide na rivalidade entre Racing e Independiente. Ambos compartilharam as primeiras categorias de base do Racing. Milito, entretanto, era torcedor do “Rojo”. Quando estava para iniciar no time inferior (13 a 18 anos), Milito recebeu convite da base do Independiente, e aceitou.
Sua estreia no time principal foi com 17 anos. Aos 20, se tornou o mais jovem capitão da história do Independiente. Foi campeão do Campeonato Argentino Apertura de 2002, ainda hoje o último troféu nacional vencido pelo clube. Milito ganhou o apelido de “El Mariscal” (O Marechal), por sua liderança em campo.
Pedro Souza/Galo
Relação com Ronaldinho
Ainda como infantil, em 1993, Gabi Milito fez a primeira viagem internacional na base do Independiente. Num torneio em Alegrete-RS, foi eliminado pelo Grêmio de Ronaldinho Gaúcho nas semifinais.
Eles seriam rivais e companheiros ao longo da vida. Em 1999, no Sul-Americano sub-20, Milito foi campeão, e o Brasil de R10 ficou em terceiro lugar. Ambos voltariam a duelar na Liga Espanhola. Daqueles zagueiros de marcação cerrada, Gabi chamaria a atenção do Barcelona ao “anular” Ronaldinho numa vitória do Zaragoza. Seria o caminho para ser contratado pelo próprio Barça. Na Catalunha, foram, enfim, companheiros.
“Era um jogador impressionante. Quando cheguei ao Barcelona, e tínhamos já uma boa relação, ele me disse, depois do abraço: ‘Enfim, vamos jogar juntos, assim você não me “bate” mais”, relembrou Milito.
Trabalhos como técnico
Gabi Milito se despediu como jogador profissional ao fim de 2013, com a camisa do Independiente. Como transição, passou a ser técnico dos times das categorias de base do Rojo. Até que, em 2015, recebeu a primeira oportunidade. Foi treinar o Estudiantes de La Plata. Ficou a temporada de 2015 inteira, com 17 vitórias em 29 jogos.
A próxima etapa foi retornar ao Independiente, em abril de 2016. Ficaria no cargo até o fim do ano, com o clube do seu coração vivendo problemas financeiros e políticos. Seria contratado para comandar o O’Higgins, do Chile, numa etapa difícil. Em 2018, entretanto, Milito participaria de parte da campanha que quase valeu vaga na Sul-Americana.
Ele voltaria para o Estudiantes em março de 2019, ficando um ano na equipe Pincharrata. Até que foi contratado pelo Argentinos Juniors, onde desenvolveria o trabalho mais marcante, até aqui, da carreira de técnico. Foram 135 partidas num projeto longevo, com destaque para a classificação à Libertadores de 2023.
No clube que revelou Diego Maradona para o futebol, Gabi Milito conseguiria implementar sua visão de futebol, com um time ofensivo, alta posse de bola e finalizações. Chegou a ser o quarto melhor time da tabela unificada do Campeonato Argentino, em 2022.