Nesta sexta-feira (24/5), a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), em Sete Lagoas, região Central do estado, cumpriu mandado de prisão preventiva contra um homem, de 52 anos, investigado pelo homicídio de um delegado de polícia aposentado, de 86. O crime ocorreu na última quarta-feira (22/5), na residência da vítima, que teve o corpo carbonizado.
De acordo com a delegada Fernanda Mara de Assis Costa, em decorrência das investigações, contra o suspeito, que é ex-policial civil, já havia a ordem de prisão, representada pela PCMG e expedida pela Justiça. ?Desde ontem (23/5) à noite, nós já estávamos trabalhando para efetuar a prisão, mas, hoje de manhã, ele procurou a delegacia espontaneamente?, conta.
Segundo Costa, a motivação do crime estaria relacionada com o fato de o suspeito ter sido excluído dos quadros da instituição, há 18 anos, por meio de procedimento disciplinar do qual a vítima participou à época.
?O investigado entrou com uma ação de reintegração de cargo e acabou perdendo na 1ª e na 2ª instância e, na semana passada, teve derrota no STJ [Superior Tribunal de Justiça]. Isso reavivou toda a mágoa e esse sentimento de rancor que tinha contra o delegado?, acrescenta.
Depoimento
Ao prestar declarações na Delegacia de Polícia, o investigado informou que estava ?no mato? desde a data dos fatos. ?Ele disse que preferia não ficar mais nessa condição, queria se apresentar e está disposto a responder o procedimento?, revela a delegada.
Enquanto era ouvido, segundo Fernanda Costa, o suspeito disse que não queria ter matado o delegado. ?Segundo declarações dele, na verdade, queria agredir a vítima, mas que no momento foi tomado pela emoção e acabou usando o combustível, e foi muito além do que imaginava que ia ser?, completa.
Conforme informou a delegada, o homem disse que dois dias antes do crime estava passando na porta da casa da vítima e que havia deixado o recipiente com combustível em lote vago ao lado. ?Ele justificou que precisava entrar na casa, e que se fosse necessário usar o combustível para jogar fogo no imóvel para que abrissem a porta, ele iria fazer?, finaliza.
Dinâmica
De acordo com o registro da ocorrência, o investigado teria se passado por entregador de uma farmácia a fim de entrar na residência e ameaçado uma funcionária ao ser atendido, para ter acesso ao interior do imóvel. Foi ouvido um grito e, em seguida, visualizado fumaça saindo do quarto onde a vítima estava. A polícia, então, foi acionada.
Na ocasião, a perícia da PCMG e uma equipe de policiais compareceram ao local para identificar e coletar vestígios. O corpo da vítima foi encaminhado ao Posto Médico-Legal do município e passou por exame de necropsia. As investigações prosseguem para a conclusão do inquérito policial.