A Justiça manteve a prisão de Guilherme Augusto Guimarães, de 38 anos, encontrado com Mariana Muniz Pereira, de 16 anos, após ela estar desaparecida em BH. O homem estava sob uma medida protetiva que o proibia de se aproximar da jovem.
Durante a audiência de custódia, a juíza Juliana Miranda Pagano acatou o pedido do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), considerando que o homem representa um “perigo para a integridade física da ofendida”.
Na decisão proferida nesta segunda (10), a Justiça diz que a liberdade do suspeito constituiria um risco à “integridade física, psicológica e sexual” da adolescente. Para converter a prisão em flagrante em preventiva, a juíza utilizou como base a medida protetiva existente.
A ordem judicial, emitida pela Vara Especializada em Crimes Contra Criança e Adolescente, detalha um relacionamento abusivo com a menor, incluindo denúncias de “violência psicológica, manipulação, isolamento e violência sexual”.
Guilherme permanecerá detido em um presídio da Grande BH enquanto aguarda julgamento.
Mudança de comportamento da vítima
A medida protetiva reconheceu uma situação de violência doméstica e familiar, destacando a necessidade urgente de separação do casal. De acordo com os registros, o homem exercia controle sobre a adolescente, distanciando-a do convívio familiar e determinando seus gastos financeiros.
A mãe da jovem expressou preocupação às autoridades de segurança pública sobre a mudança de comportamento da filha, notando sua ausência frequente na escola e o abandono de suas atividades habituais. Ela revelou que, ao descobrir o relacionamento secreto que durou cinco meses, aceitou o “namoro” na esperança de manter a filha por perto, apesar da diferença de idade significativa entre eles na época — a menina com 13 anos e ele com 36 anos.
Homem controlava gastos de menina desaparecida em BH
O MPMG, ao conceder a medida protetiva, argumentou que o homem influenciava a adolescente inclusive em seus gastos financeiros. A jovem passou a realizar gastos excessivos no cartão de crédito, transferindo fundos para o namorado e esvaziando sua conta poupança, o que a levou a pedir dinheiro emprestado.
Isolada de todos exceto do homem, um indicativo de relação abusiva, a adolescente passou 20 dias com o agressor sem prestar contas à família. Ela se tornou agressiva e evitava contato com os pais, até mesmo por telefone, conforme descrito na decisão da Vara Especializada em Crimes Contra Criança e Adolescente de BH.
Jovem estava em um barracão na Grande BH
Na tarde de ontem, Guilherme retornou ao apartamento, momento em que foi abordado pela polícia. Inicialmente, ele negou estar com a adolescente, mas depois confessou que estava com a jovem desaparecida num barracão em Ribeirão das Neves, na Grande BH.
Ele também revelou que, em seu apartamento, havia munições calibre 9 mm. Guilherme afirmou possuir o Certificado de CAC. No entanto, segundo o boletim de ocorrência, ele não possuía a documentação necessária para comprovar a situação no momento da abordagem.
No imóvel, foram apreendidos dois carregadores e dezenas de munições. O celular que ele utilizava também foi recolhido.
Conforme o boletim de ocorrência, Guilherme se dispôs a levar a equipe ao local onde Mariana estaria escondida. Segundo a Polícia Civil, a adolescente foi ouvida na presença de seu representante legal e entregue à família.
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