Por Oliveira Lima
Em 1998, quando a Seleção da Alemanha cai nas oitavas de final de forma surpreendente para a novata Croácia, por 3×0, a Federação toma uma decisão que vai mudar o rumo da história do futebol daquele país. Se organizar ao extremo, dando todas as condições para o surgimento de novos talentos. Com muito trabalho, paciência e competência, levando uma estrutura, jamais vista no mundo, para a prática do futebol à todos os cantos germânicos.
Os alemães chegam à final da Copa seguinte, Japão/Coreia em 2002, mais pelos talentos que tinha, e zero participação do trabalho de busca de talentos, iniciado há 4 anos atrás. Este trabalho avançado que ninguém tinha feito antes, tem o seu embrião mostrado exatamente na Copa que o país sediou em 2006, nas mão de Juglen Klismman, com a seleção caindo nas semifinais. Na Copa seguinte, Africa do Sul, ainda sem resultado. Mas no Brasil em 2014, finalmente colhe os frutos e levanta o caneco com o histórico 7×1 no Brasil. O autor do gol do título diante da Argentina no Maracanã, Mário Gotze, era o menino que compunha as contreiras na cidade de Memminger, no interior do país.
Mas a geração campeã no Brasil desaparece e vai se dar mal nas copas seguintes: eliminação na fase de grupos na Rússia em 2018 e no Catar em 2022:um vexame. Mas não se engane. Assim que levantou o caneco no Brasil, a Federação Alemã já sabia do fim do ciclo e iniciou novamente o mesmo trabalho: a garimpagem de novos talentos. Tanto é verdade que nas Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro,o time que perde a final para o Brasil, era composto de jogadores da equipe C, de um menino chamado Khimmic, hoje titular da Seleção.
Neste 2024, na Eurocopa, em disputa no solo alemão, estamos vendo os frutos deste trabalho competente dos germânicos: uma novíssima geração de craques, idêntica aquela iniciada no começo do século, que ganhou a Copa de 2014. Os três remanescentes dos 7×1, Neur, Kroos e Muller, ao lado de craques já feitos como Rudger, Gundogan, kimmich e Sané, comandam uma geração de meninos muito promissora: Jhonatan Tah, Mittelsat, Andrich, Havertz e os geniais Mussiala e Wirtz, todos frutos de uma renovação levada muito à sério pelos clubes e Federação. Depois de dois anos de entressafra, os alemães estão voltando. Como diz aquele famoso narrador: ” Lá vem eles de novo”.