A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) concluiu duas investigações distintas que resultaram nas prisões preventivas de um homem, de 30 anos, e de uma mulher, de 33, ambos detidos na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Os inquéritos foram instaurados em razão de uma tentativa de feminicídio e pela prática de crime virtual, respectivamente.
As apurações, coordenadas pelo Departamento Estadual de Investigação, Orientação e Proteção à Família (Defam), reforçam as ações contra a violência doméstica e familiar contra a mulher, especialmente no contexto do Agosto Lilás, campanha que visa combater esse tipo de violência.
Tentativa de feminicídio
No primeiro caso, o suspeito de 30 anos foi preso 15 dias após tentar matar a ex-companheira, de 35 anos. O crime ocorreu nas proximidades do local de trabalho da vítima.
De acordo com a delegada Karine Tassara, responsável pela investigação, ?a vítima já havia sofrido agressões durante o relacionamento, que durou cerca de dez anos, mas nunca havia registrado um boletim de ocorrência. Após o término, o agressor demonstrou uma conduta cada vez mais violenta, culminando na tentativa de assassinato?.
Crime virtual
Já a mulher de 33 anos foi presa por utilizar perfis falsos em redes sociais para perseguir, ameaçar e assediar diversas mulheres, com idades entre 27 e 51 anos.
Segundo Tassara, a suspeita criava personagens fictícios utilizando fotos de outras pessoas, muitas vezes de homens que ela considerava atraentes, para iniciar relacionamentos virtuais abusivos com suas vítimas.
A delegada destacou que a suspeita adotava um método manipulador com as vítimas. Além de se passar por homem, ela também se aproximava das vítimas como suposta amiga ou parente dos personagens criados, intensificando o controle emocional e psicológico sobre elas.
?A suspeita, ao manipular suas vítimas, estava em busca de uma satisfação pessoal, muitas vezes relacionada à manutenção de relacionamentos afetivos virtuais. Isso demonstra a complexidade e a seriedade desses crimes, que não se limitam ao plano físico, mas se estendem ao emocional e psicológico das vítimas?, analisou a delegada.
Durante as investigações, a PCMG identificou nove vítimas, mas há indícios de que outras mulheres tenham sido alvo da suspeita.
Alerta
A delegada Danúbia Quadros, chefe da Divisão Especializada em Atendimento à Mulher e à Pessoa com Deficiência e Vítimas de Intolerância (Demid), ressaltou a gravidade desses dois crimes e a importância das denúncias precoces.
?Estamos aqui mais uma vez, dando continuidade às ações do Agosto Lilás, destacando que é essencial que as mulheres denunciem desde o primeiro ato de violência. É fundamental buscar ajuda e medidas protetivas para evitar que situações como essas se agravem?.
A Polícia Civil continua as apurações referentes a violência doméstica e familiar contra as mulheres, a fim de garantir que todos os responsáveis sejam devidamente responsabilizados.