Apatia. Quem viu o Atlético no Maracanã não reconheceu o finalista de Copas, capaz de dominar o River Plate e passar com sobras na Libertadores. Contra o Flamengo, na partida de ida decisão da Copa do Brasil, nada – quase – se viu: erros técnicos, falta de concentração e um time abaixo em todos os aspectos comparado ao rival.
A escalação foi a esperada: Otávio no meio, na vaga de Vera, e Rubens a escolha para substituir Deyverson. Mudança no esquema e mesmo sistema da semifinal da Copa do Brasil.
Os primeiros minutos foram animadores – de forma rápida. Scarpa puxou a bola para o meio e acertou um bonito chute. Só parou na grande defesa do goleiro flamenguista.
E parou ali. Depois desse lance, só se viu um time, um finalista. O Flamengo tomou conta do jogo e fez a zaga do Galo desencaixar, não conseguir acompanhar os jogadores rivais e deixarem um buraco na entrada da área.
E erros na saída de bola custaram caro. Em uma antecipação, Alonso não achou ninguém e deu campo para Gerson pensar e armar uma linda jogada – Wesley desmontou a defesa. Na primeira finalização, Everson espalmou. No rebote, Arrascaeta não desperdiçou.
O Alvinegro estava nas cordas, o time Rubro-Negro aproveitou para marcar o segundo. Em casquinha de cabeça, Lyanco não acompanhou a linha de impedimento, deu condições para Gabigol marcar com classe. Um primeiro tempo que o Alvinegro torceu pelo fim e saiu “aliviado” de ter “só” levado dois gols.
A volta do intervalo foi sem mexidas, mesma formação. A postura mudou um pouco, mas o meio seguiu dando espaços, e o terceiro gol saiu em novo erro.
Zaracho – opção durante segundo tempo – deu unício a jogada. Ele perdeu a bola, e o Flamengo armou o contra-ataque. Gabigol, mais uma vez, estava na área para conferir.
O duelo parecia definido – entregue – e o resultado até barato pelas atuações distintas. Mas uma esperança apareceu aos 33 minutos. Kardec foi opção no ataque, e Alisson estava em campo. Trouxeram mais agressividade ao setor. Em erro de Ortiz, Zaracho acionou Kardec. Ele girou e finalizou no canto para descontar.
A postura foi outra. Alisson trouxe volume ao setor ofensivo. Deu ousadia e por pouco não criou para o segundo gol. Minutos de um Alvinegro melhor – longe do que se viu em boa parte dos 90 minutos.
O Atlético foi irreconhecível. Mas o gol de Kardec trouxe uma esperança, uma chance, e uma nova história para ser contada na Arena MRV.