A derrota para o Racing na final da Sul-Americana volta a colocar Fernando Diniz como alvo de críticas no Cruzeiro. O treinador, que acumula somente duas vitórias em 11 jogos no clube, esteve na mira de cruzeirenses principalmente por escolhas no início e no meio da partida.
Desde que houve a Data Fifa de outubro, a primeira após a chegada de Diniz ao Cruzeiro, o treinador estabeleceu uma base de equipe titular que vem trazendo até agora. Aquela parada fez com que João Marcelo virasse titular, por opção, e Walace entrasse na equipe diante da saída de Lautaro Díaz, por trabalho de reequilíbrio muscular.
O time viveu bons momentos em alguns jogos, foi dominado em outros durante este período, mas Fernando Diniz deu sequência à escalação, diante de convicções dele e também de questões físicas que atrapalharam no decorrer da caminhada até o revés da Sul-Americana.
Antes do jogo contra o Racing, estabeleceu-se a dúvida no meio-campo, entre Walace e Lucas Silva. Situação que se fez presente para o treinador somente a partir de duas semanas antes da partida, quando o camisa 16 fez grande atuação frente ao Criciúma.
Desde então, o treinador pensou seriamente em modificar o meio-campo, mas priorizou sequência a Walace, principalmente em função de o jogador ter conseguido boa atuação na classificação sobre o Lanús. Foram os minutos que deram segurança à comissão para manter a base que vinha sendo titular e acreditar que o volante poderia deslanchar.
Também houve questionamentos sobre Álvaro Barreal e Lautaro Díaz terem sido acionados apenas na casa dos 30 minutos de jogo da segunda etapa, mesmo com a necessidade de virar o resultado. A decisão teve a ver com questão física.
Fernando Diniz tem apreço pelo futebol dos argentinos e considera que Barreal tem potencial grande para se destacar no estilo de jogo dele. O meia, no entanto, vem encontrando dificuldades físicas e perdendo sessões de treinamentos com alguma frequência.
Há uma dúvida, portanto, sobre a quantidade de tempo conseguiria manter a intensidade de jogo pretendida. Antes de entrar bem na reta final da decisão da Sul-Americana, o argentino vinha de atuações apagadas na equipe.
Apesar de Fernando Diniz sofrer pressão externa em função do resultado, ele tem uma avaliação positiva por parte da diretoria, principalmente em função do que é observado no trabalho do dia a dia da Toca da Raposa.
Há também uma pressão interna, claro, para que o Cruzeiro conquiste a vaga na próxima edição da Libertadores. A classificação foi colocada como principal objetivo no Brasileirão deste ano e que influenciará totalmente em 2025 – inclusive em calendário, porque pode ter fases eliminatórias a partir do final de fevereiro. Mas é algo que a diretoria coloca também para os jogadores, não somente para a comissão técnica.
O Cruzeiro terá quatro jogos para salvar o ano de 2024 e começar a planejar 2025. A diretoria considera que Fernando Diniz é o nome para seguir com o projeto, com um elenco mais qualificado nas mãos a partir de janeiro.