Vinte e nove segundos de jogo, e o Atletico viveu o êxtase de ficar com um jogador a mais com a expulsão de Gregore, do Botafogo. O que parecia o cenário perfeito para uma final de Conmebol Libertadores não se confirmou com a derrota por 3 a 1 e o vice-campeonato. Com duas derrotas em finais e sem chances de se classificar para a Libertadores de 2025 via Brasileirão, a reta final do Galo expõe a estratégia arriscada do clube na temporada.
Milito escalou a formação que teve sucesso na Libertadores: Everson, Lyanco, Battaglia, Alonso, Arana, Alan Franco, Fausto Vera, Scarpa, Deyverson, Paulinho e Hulk. Com um a mais em campo, o Galo dominou a posse de bola e propôs o jogo. Cenário que, às vezes, não é confortável para o time de Milito, que tem uma postura mais reativa.
Com a bola, o Galo chegou, mas sem levar muito perigo ao gol de John. Uma cabeçada de Hulk, e uma finalização de Deyverson, dentro da área, foram as melhores chances.
Passado o susto da expulsão, o Botafogo se organizou e mostrou que era melhor. Na primeira oportunidade que rodou a bola e saiu para jogar, aos 34 minutos, Luís Henrique marcou. Falha de Lyanco na marcação. O gol da equipe carioca golpeou o Atletico. Uma sequência de decisões erradas, faltas cometidas e três amarelos: Fausto Vera, Scarpa e Lyanco.
O segundo gol saiu aos 42 minutos com uma indecisão na marcação entre Arana e Everson. O goleiro acabou tocando Luís Henrique dentro da área e, com auxílio do VAR, o árbitro Facundo Tello marcou o pênalti, convertido pelo Alex Telles.
Ao fim da primeira etapa, o sentimento era que o Botafogo é quem tinha vantagem numérica em campo, além do placar. Milito optou por não fazer nenhuma substituição no primeiro tempo. Na etapa final, o Galo voltou com Bernard, Mariano e Vargas nas vagas de Fausto Vera, Lyanco e Scarpa, respectivamente. No primeiro minuto do segundo tempo, Vargas diminuiu de cabeça para o Atlético.
O Galo melhorou. Mariano deu mais suporte à marcação do lado direito e conseguiu conduzir melhor o Galo ao setor ofensivo. Mas, mais uma vez, o time esbarrou na falta de criatividade e repertório. O Galo reclamou de um pênalti de Marlon Freitas em cima de Deyverson, mas o árbitro não chegou nem a ir ao VAR.
Hulk, em finalização da entrada da área, obrigou Jhon a trabalhar. Vargas, dentro da área, mandou por cima do gol, na melhor chance na reta final. Nos acréscimos, o Galo sofreu o terceiro gol em contra-ataque rápido Botafogo. Jogada um individual de Junior Santos.
Logo após o gol, os jogadores do Galo desabaram em campo. Exaustos. Tinham consciência que perder a Libertadores, neste ano, com todo o contexto que se desenhou o jogo deste sábado, era desastroso. O time não vence há 11 jogos, perdeu as duas finais que chegou e não vai conseguir se classificar para a Libertadores do ano que vem via Brasileirão.
As duas derrotas nas finais expõem a arriscada e assumida estratégia do Galo em 2024, com foco nas copas e deixando o Brasileirão de lado. É preciso sempre ponderar o calendário e os problemas enfrentados pelo clube ao longo do ano com desfalques e lesões. Outro problema: elenco curto para chegar às três competições.
A temporada 2025 bate na porta e vai ser mais dura do que nunca para o Galo, que volta a ficar fora da Libertadores depois de quatro anos. É tempo de repensar, planejar e traçar novos rumos e objetivos.