A Polícia Civil concluiu que Poliana Wolcow Guimarães, de 21 anos, que teria pulado do 13º andar de um prédio no Centro de BH em 2023, foi vítima de feminicídio e não de autoextermínio. As informações foram divulgadas em coletiva de imprensa nesta terça-feira (25).
Joel Junior Alves Gaspar, de 47 anos, que era namorado dela na época, foi indiciado e está preso preventivamente desde novembro do ano passado, após testemunhas afirmarem que ele seria um “perigo”.
À época do crime, o homem relatou à polícia que a jovem teria tirado a própria vida devido a um histórico de depressão e dependência química. No entanto, a investigação, conduzida pela Delegacia Especializada de Homicídios, demonstrou sérias contradições na versão apresentada pelo suspeito.
De acordo com a delegada Iara França, responsável pela investigação, a comprovação de que o suspeito estava dentro do apartamento no momento da queda e o fato de ele ser o responsável por empurrá-la, após uma discussão, levou ao reclassificamento do caso.
“Este é um claro caso de controle psicológico e abuso contra uma mulher. Conseguimos provar que o suspeito tentou manipular a narrativa dos fatos, negando sua responsabilidade. O que confirmamos é que ele jogou a vítima pela janela após uma discussão”, destacou.
Homem preso por feminicídio em BH tem histórico de violência psicológica
A apuração revelou que a relação do casal, que inicialmente parecia normal, transformou-se em um caso de controle psicológico e abuso. “O homem, proprietário de um apartamento onde hospedava mulheres jovens e estudantes, manipulava suas vítimas e as subjugava a abusos sexuais e emocionais. A vítima fatal, que tentava reconstruir sua vida, viu-se presa a esse relacionamento, com o investigado exigindo mais do que ela podia oferecer”, ressaltou a delegada.
A investigação também revelou que o suspeito possuía um histórico de abusos cometidos contra outras mulheres. “Ele agia como um predador. Suas vítimas, na maioria das vezes, não tinham forças para denunciar”, acrescentou .
Durante os levantamentos, a Polícia Civil descobriu que o suspeito usava seu trabalho como motorista de aplicativo para atrair mulheres, iniciando relações com o propósito de manipulá-las.
“Muitas das vítimas eram abordadas durante os transportes e depois eram subjugadas ao domínio do suspeito. Além disso, ele utilizava o aplicativo para transportar drogas, o que aumentou ainda mais as suspeitas sobre sua conduta”, detalhou a policial.
Joel permanece no sistema prisional, à disposição da Justiça.
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