O cantor Oruam foi transferido para uma cela compartilhada após a confirmação de sua prisão pela Justiça na última segunda-feira (4). Ele participou de uma nova audiência de custódia no Rio de Janeiro.
O músico permanece sob custódia na Penitenciária Dr. Serrano Neves, conhecida como Bangu 3 Conforme comunicado oficial da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (SEAP), “O detento foi transferido, desde a semana passada, para uma cela coletiva. Esta mudança segue os critérios estabelecidos pela administração prisional e é um procedimento padrão, realizado após uma análise técnica da unidade.”
Segundo a SEAP, a Bangu 3 não abriga líderes de facções criminosas. O comunicado esclareceu que “as principais lideranças estão detidas em uma unidade diferente, a Penitenciária Gabriel Ferreira de Castilho (Bangu 3 B). Ambas as unidades são independentes, com estruturas e gestões distintas.”
O mandado de prisão de Oruam continua válido, e a decisão que o originou não foi revogada, conforme as conclusões divulgadas após a audiência pelo TJ-RJ e repassadas à imprensa na segunda-feira (4).
Por que Oruam foi preso?
Na madrugada de 22 de julho, policiais da Delegacia de Repressão a Entorpecentes executaram um mandado de busca e apreensão relacionado a um menor suspeito de tráfico, que estaria na casa de Oruam. Após a prisão do jovem, o cantor e outras sete pessoas se posicionaram na sacada da residência e atacaram os policiais com pedras, forçando-os a se proteger em sua viatura.
O Ministério Público apresentou uma denúncia por tentativa de homicídio, alegando que Oruam e os demais envolvidos “assumiram o risco de matar os agentes”. Além das agressões, o cantor também utilizou suas redes sociais para incitar a violência contra a polícia e desafiou a presença dos agentes no Complexo da Penha.
Após a operação policial, Oruam ficou foragido por algumas horas, mas acabou se entregando. “Eu errei. Peço desculpas a todos, vou provar que não sou bandido. Vou superar isso e triunfar com minha música. Ontem, estava muito nervoso com tudo o que ocorreu. Quero dizer aos meus fãs que amo muito vocês”, declarou na ocasião.
Além da tentativa de homicídio, Oruam enfrenta acusações de tráfico de drogas, associação ao tráfico, resistência qualificada, desacato, dano qualificado, ameaça e lesão corporal. A defesa ressalta que, inicialmente, ele foi acusado de tráfico e associação para o tráfico, mas a acusação foi reclassificada para tentativa de homicídio, o que, segundo seus advogados, parece ser uma manobra jurídica sem fundamento.
A defesa argumenta que a detenção é sustentada por “alegações frágeis e artificiais” e reflete uma narrativa de perseguição a Oruam, “claramente motivada por interesses da mídia e não por aspectos concretos e técnicos.”
Os advogados ainda destacam que “em nenhum momento” a integridade física dos agentes foi ameaçada. “Além disso, a conduta dos policiais demonstra que, naquele momento, não havia risco real de morte. Se houvesse, eles não teriam agredido fisicamente o grupo ou invadido a casa do cantor, causando danos a objetos pessoais e proferindo ofensas, evidenciando que não havia perigo iminente de morte ou ferimentos graves.”