Um projeto de lei que prevê a instalação de câmeras de segurança em caminhões de coleta de lixo começou a tramitar na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) nesta terça-feira (19). A proposta, de autoria do deputado Adriano Alvarenga (PP), foi batizada de “Lei Laudemir” em homenagem ao gari Laudemir de Souza Fernandes, morto no dia 11 durante uma discussão de trânsito em Belo Horizonte.
O caso que motivou a proposta teve um desdobramento nesta terça: Renê da Silva Nogueira Júnior, de 47 anos, confessou ser o autor do crime. O deputado defende que as câmeras servirão tanto para proteger os trabalhadores quanto para monitorar a qualidade do serviço prestado.
Pelo texto do projeto, a instalação e manutenção dos equipamentos ficarão a cargo do poder público, empresa contratada ou concessionária responsável pela coleta de resíduos sólidos urbanos.
“As câmeras acopladas nos caminhões de coleta seletiva de lixo vão não só fiscalizar casos como esse, mas também fiscalizar a qualidade do serviço, se o serviço está sendo prestado pelas empresas com excelência, o que podemos melhorar de fato, porque vai ser filmado 24 horas o serviço. Vamos estar lá dando segurança para os garis, e você sabe que eles ficam muito vulneráveis nesse serviço. Ficam fora dos caminhões, têm que sair dos caminhões toda hora para pegar o resíduo e levar até o caminhão. Nesse meio pode acontecer um acidente, nesse meio pode acontecer uma fatalidade, como aconteceu nesse caso e nós não podemos ver isso e ficar com os olhos vedados”
O que se sabe sobre o empresário que matou gari Laudemir em BH?
Na última segunda-feira (11), Renê saía da sua casa em Nova Lima para o trabalho, em Betim. No bairro Vista Alegre, na capital, ele se envolveu em uma briga de trânsito com Laudemir, que “estaria atrapalhando a passagem”. Antes de atirar no gari, ele ameaçou disparar na motorista do caminhão de limpeza urbana. Uma câmera de segurança mostra o carro do empresário chegando no local, além do trabalhador ferido após o tiro.
Na última quarta-feira (13), ele foi transferido do Ceresp Gameleira, em BH, para o presídio de Caeté, na região metropolitana. Ele divide cela com Matteos França Campos, de 32 anos, acusado de matar a mãe, a professora Soraya Tatiana Bonfim França, em julho, após uma discussão sobre dívida de jogo. A transferência ocorreu após ambos temerem retaliação de outros detentos por conta da repercussão dos crimes.
Na última quinta (14), a Justiça autorizou o acesso às comunicações digitais e dados do veículo. A decisão da 1ª Vara Criminal obriga a BYD a fornecer o trajeto percorrido pelo carro do empresário no dia do crime (11/8) e permite à Polícia Civil examinar todas as mensagens (WhatsApp, e-mail e outros apps) de seu celular.
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