O escritor Luis Fernando Veríssimo morreu neste sábado (30), em Porto Alegre, aos 88 anos. O cronista internou em estado grave na capital do Rio Grande do Sul, no dia 11 de agosto de 2025, para tratar um princípio de pneumonia. Verissimo também já sofria com o mal de Parkinson, problemas cardíacos e teve um AVC em 2021. Em 2022, recebeu um marcapasso no coração.
O Hospital Moinhos Ventos, em Porto Alegre, divulgou desde o início da internação que o estado de saúde de Luis Fernando era complicado, devido às outras condições de saúde. No local, ele foi assistido pela equipe médica formada por Luiz Antônio Nasi e Guilherme Alcides Flores Soares Rollin.
Autor de mais de 80 livros, ele se consolidou como um dos nomes mais populares da literatura brasileira contemporânea, conhecido pelo humor, pela ironia e pela crítica social em suas crônicas e romances. Filho do também escritor Érico Veríssimo, ele conquistou leitores de diferentes gerações e teve diversas obras adaptadas para a televisão, o cinema e o teatro.
Entre os livros de maior repercussão está O Melhor das Comédias da Vida Privada (1994), coletânea que reuniu crônicas publicadas em jornais e outras inéditas. O sucesso foi ampliado com a adaptação para a série A Comédia da Vida Privada, exibida pela TV Globo entre 1995 e 1997.
Outro destaque é O Analista de Bagé (1981), obra que apresentou um dos personagens mais conhecidos de sua carreira: um psicanalista gaúcho, de bombacha e chimarrão, que satirizava o universo da psicanálise. O personagem se tornou um dos marcos do humor literário nacional.
Veríssimo também criou Ed Mort, detetive atrapalhado inspirado na literatura policial e no cinema noir. O personagem surgiu em Ed Mort e Outras Histórias (1979) e ganhou adaptações para quadrinhos, teatro, séries e cinema.
O escritor também obteve grande sucesso comercial com As Mentiras que os Homens Contam (2000), coletânea de crônicas sobre relacionamentos e comportamento, que posteriormente ganhou uma versão voltada ao universo feminino.
Na literatura de ficção, destacou-se ainda com O Clube dos Anjos (1998), romance em que um grupo de amigos presencia mortes misteriosas após jantares preparados por um chef enigmático. O livro foi adaptado para o cinema em 2022.
Outra obra marcante foi Sexo na Cabeça (1999), coletânea de crônicas que exploram temas ligados à sexualidade de forma bem-humorada e provocativa.
Com uma produção literária extensa e variada, Luís Fernando Veríssimo deixou um legado que atravessou fronteiras, tornando-se referência no humor e na crônica brasileira.