Durante uma entrevista à Itatiaia na última sexta-feira (19), a deputada federal Duda Salabert (PDT-MG) não poupou críticas ao ex-ministro da Integração Nacional e ex-governador do Ceará, Ciro Gomes. Ela o descreveu como um “bolsonarista de sapatênis”, em resposta às declarações de Ciro, que havia manifestado, no dia anterior, sua insatisfação com o PDT, partido que integra desde 2015. O ex-governador expressou estar “muito infeliz” com a postura da legenda em relação ao governo do presidente Lula (PT). Duda argumentou que esse descontentamento de Ciro reflete um desalinhamento com as pautas do PDT, que priorizam a justiça social, em contraste com o que ela considera um projeto político egocêntrico e próximo do bolsonarismo.
A deputada destacou que, durante a disputa entre Fernando Haddad (PT) e Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno das eleições presidenciais de 2018, Ciro deixou o país e não manifestou apoio a Lula contra Bolsonaro em 2022. Ela também mencionou que Ciro ainda não se posicionou sobre a punição de Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF), interpretando seu silêncio como uma declaração em si. Apesar de ter oferecido apoio discreto a Haddad em 2018 e, posteriormente, ter declarado apoio a Lula após obter o quarto lugar no primeiro turno de 2022, Duda acredita que seria melhor que Ciro optasse por deixar o PDT por decisão própria, em vez de ser forçado a sair.
Atualmente, Ciro tem atraído a atenção de outros partidos, como o PSDB e a “superfederação” formada pelo União Brasil e Progressistas (PP). Duda observou que o apoio que o ex-ministro recebeu de figuras da direita, como Valdemar Costa Neto, presidente do PL, sugere um distanciamento de sua trajetória no PDT. “Ele não é mais um candidato de centro e muito menos de esquerda. Hoje, Ciro pode ser visto como uma das principais esperanças do bolsonarismo”, afirmou a parlamentar. Na quinta-feira, durante um compromisso em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, Ciro reafirmou que não tem planos de concorrer novamente à presidência da República, embora seja cogitado para a disputa pelo governo do Ceará em 2026.