A advogada Kamila Cristina Rodrigues dos Santos, de 32 anos, assassinada com mais de 20 tiros na manhã desta segunda-feira (22) no bairro Ermelinda, em BH, havia publicado um vídeo nas redes sociais dias antes do crime declarando estar “em guerra”.
Nas imagens, ela dizia: “Quem me conhece sabe que eu sou uma pessoa de luz, uma pessoa legal, até certo ponto. Então, pode passar o recado: eu estou de guerra! Então, começou com história triste, com mimimi, com a p*** que pariu. Vai para desgraça para lá. E com quem estou, sabe!”, disparou.
Ela ainda disse ter tentado contato com a pessoa, mas não teve retorno e ainda debochou. “Mas como não me atende, como não me retorna. Então, é isso. Porque daqui a pouco: ‘ai, ai, ai, meu c* tá doendo’. E você pode saber, fui eu. Beleza? Fui eu! Eu não tô ameaçando, eu tô avisando que eu vou fazer”, finalizou.
O que se sabe sobre assassinato de advogada em BH?
Kamila foi atingida em frente ao veículo de uma distribuidora que mantinha com o namorado, estacionado na rua onde residia. Imagens de segurança mostram que o atirador desceu do banco do passageiro de um carro prata, efetuou os disparos e fugiu no sentido do Anel Rodoviário, dirigido por um comparsa.
A vítima atuava desde 2019 nas áreas Criminal, Direito Civil, Família e Trabalhista, segundo informações nas redes sociais. Ela é formada pela Escola Superior Dom Helder Câmara, e tinha pós-graduação em Direito Processual Civil pela Faculdade Líbano. Além disso, Kamila era mestranda em Direito pela Fundação Universitária Iberoamericana (Funiber) e estava cursando Ciências Contábeis.
A Ordem dos Advogados do Brasil classificou o crime como ‘ataque covarde’ e ressaltou a necessidade de discutir medidas de segurança para que profissionais possam exercer sua função sem medo.
“É indispensável cobrar do Legislativo a aprovação de projetos que tornem hediondos os crimes cometidos contra advogados. A advocacia não se intimida. Exigimos punições mais severas e condições reais de proteção para quem defende direitos, garantias e a justiça. Esse debate passa, inclusive, pela isonomia com o Ministério Público e a Magistratura no porte de armas, garantindo que também a Advocacia tenha o direito de defesa diante da escalada de violência”, destacou.
O corpo da advogada foi encaminhado ao Instituto Médico-Legal de BH para exames. A Polícia Civil investiga o caso, mas ainda não há informações sobre autoria ou motivação do crime.
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