Por Oliveira Lima
O diretor executivo do Atlético Mineiro, Paulo Bracks, ao final da partida em que seu time foi derrotado facilmente pelo Fluminense no Maracanã por 3×0, foi ao vestiário, e com tom bem ameaçador , cobrou dos jogadores uma reação imediata no Campeonato Brasileiro. Literalmente deu um basta na situação. A atuação do time atleticano foi inaceitável, não pela derrota em si, mas pelo jeito que veio: O Galo assistiu o Fluminense faz 3×0 e se não fosse o goleiro Everson, seria de mais.
Assim que deu a bronca nos jogadores, procurou a imprensa e externou o acontecido nos vestiários, comunicando à torcida a cobrança da diretoria. Bracks usou o termo “acabou”, afirmando que o acontecido no jogo nunca mais se repetirá. A diretoria não admite mais este comportamento em campo. Deu números que confirmam a pasmaceira do time neste Brasileirão, principalmente depois do Mundial de Clubes e principalmente no returno.
Os números são assustadores! Antes do Mundial, o Galo beirava o G6 e com chance até de se infiltrar na turma que brigava pelo título. Deu tudo errado e hoje acumula pós mundial 13 jogos, com somente duas vitórias, apenas três empates e absurdos oito derrotas, num aproveitamento de 23%, índice de rebaixado. Números piores ainda estão no recorte envolvendo o returno, que retrata a realidade atual: Pior time do returno, com 1 vitória, 3 empates e 5 derrotas, com aproveitamento de somente 21%.
Hoje o Galo é apenas o 15º colocado, com 29 pontos, aproveitamento de 38%, beirando o Z4 (há 4 pontos do Vitória). São 25 jogos, 10 derrotas, 7 vitórias e 8 empates e com apenas 22 gols marcados, média abaixo de 1 gol por jogo, sendo o terceiro pior neste quesito, à frente apenas dos dois últimos da tabela, Juventude e Sport. Embora esteja perto da zona de rebaixamento, é impensável o time ser rebaixado, pois quem está lá embaixo não ganha de ninguém, salvando o Atlético Mineiro de um vexame maior.
É exatamente neste cenário que o diretor Paulo Brakcs interveio nos vestiários, na fala grossa aos jogadores. Mas este tipo de atitude não é novo, mas há muitos anos não era usado. A modernidade de hoje requer mesmo a tática do “convencimento” ao grupo para uma reação. O tom de ameaça usado por Bracks remonta dos anos 70, portanto há mais de meio século atrás. Naquele tempo todo clube tinha um diretor “mão de ferro”, o chamado “homem forte do futebol”. No Galo era, Nelson Campos, que fora também presidente do clube. Quando vinha a crise em campo, ele chegava para dar um basta. A lembrança desanimadora é que, raramente, esta tática da a certo.