Gabriel Oliveira, um jovem de 24 anos natural de Igarapé, na Grande BH, morreu em julho após aceitar uma suposta oferta de trabalho na Ásia. O mineiro embarcou para a Tailândia em abril, seduzido por uma proposta na área de tecnologia da informação que prometia um salário de 5 mil dólares.
Assim que chegou ao país, porém, foi levado para o Camboja, e sua família acredita que ele tenha sido vítima de tráfico humano.
Seu pai, Daniel Araújo, contou que alertou o filho sobre os riscos da viagem, mas Gabriel estava determinado a realizar o sonho de morar fora do Brasil. O contato com a família tornou-se escasso , e em 15 de julho veio a notícia de sua morte. A causa não foi totalmente esclarecida, mas informações preliminares sugerem que ele teria sofrido uma explosão na cozinha do local onde supostamente trabalhava.
País onde mineiro morreu tem suspeita de tráfico humano e pode ter conflito
A defensoria da família desconfia que o mineiro foi atraído por uma proposta fraudulenta e submetido a condições análogas à escravidão. Dois dias após ser informado, Daniel viajou a Brasília, onde visualizou fotografias de um brasileiro morto no Camboja e afirmou ter 90% de certeza de que se tratava do filho.
Enquanto isso, o Camboja enfrenta uma escalada de tensão política, com risco de conflito armado, o que dificulta ainda mais a apuração de casos como o de Gabriel.
A família criou uma página no Instagram chamada “Repatriação do Gabriel” para pressionar por respostas e recebeu o apoio do ator Allan Souza Lima, que divulgou o caso em suas redes sociais.
Outro caso semelhante envolve Phelipe de Moura, de 26 anos, que também caiu em uma falsa oferta de emprego e foi obrigado a aplicar golpes financeiros durante três meses, até ser resgatado por uma organização internacional.
O que diz o Itamaraty sobre o caso?
O Ministério das Relações Exteriores informou que a Embaixada do Brasil em Bangkok acompanha a situação e tem feito gestões junto ao governo cambojano, além de prestar assistência consular à família. A pasta já havia emitido um alerta em fevereiro sobre o aumento do tráfico de pessoas no Sudeste Asiático, especialmente no Camboja, Mianmar e Tailândia.
Em junho, após a morte da brasileira Juliana Marins na Indonésia, o governo alterou a norma que regia o repatriamento de corpos, permitindo que o Itamaraty assuma os custos em situações excepcionais.
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