O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) investiga a origem dos valores movimentados por Daniel Vorcaro, proprietário do Banco Master, na compra de 20,2% da SAF do Atlético-MG. O aporte, que totalizou cerca de R$ 300 milhões entre 2023 e 2024, levantou suspeitas de lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio do PCC, uma das maiores organizações criminosas do Brasil.
O investimento foi feito por meio do fundo Galo Forte FIP, e a transação foi realizada por fundos que, segundo o MP, estão relacionados à Reag Investimentos, alvo da Operação Carbono Oculto, que apura esquemas de lavagem de dinheiro e sonegação fiscal.
Em nota, a assessoria do Atlético-MG afirmou que o Galo Forte FIP é um fundo regular, constituído e registrado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), e que o clube não tem conhecimento de quaisquer irregularidades. A assessoria do Banco Master também negou vínculos com os fundos Olaf 95 e Hans 95, mencionados na investigação, e destacou que Vorcaro é o proprietário do Galo Forte FIP. A Reag Investimentos, por sua vez, afirmou que sua função é apenas a administração dos fundos, sem envolvimento na propriedade deles.
Com a aquisição das ações, Vorcaro se tornou um dos principais acionistas da Galo Holding, com 20,2% das ações, ficando atrás apenas da família Menin (41,8%) e da Associação do Atlético (25%). Além disso, ele passou a integrar o comitê do futebol do clube, participando de reuniões e decisões importantes.
Atualmente, a divisão da SAF do Atlético-MG é a seguinte:
Associação do clube: 25%
Galo Holding: 75%
Rubens e Rafael Menin: 41,8% (55,7% da Galo Holding)
Galo Forte FIP (Daniel Vorcaro): 20,2% (26,9% da Galo Holding)
Ricardo Guimarães: 6,3% (8,4% da Galo Holding)
FIGA: 6,7% (9% da Galo Holding)