Por Oliveira Lima
O formato do Campeonato Brasileiro de pontos corridos com 20 participantes existe desde 2006 e pelo jeito ficará pra sempre. Um campeonato que é, de longe, o mais difícil do mundo, mas longe de ser o melhor também. E ele é mesmo dividido em partes, de acordo com as pretensões de cada time. O título, o G4 e G6 para a Libertadores, os times da Sul-Americana e os que lutam contra o rebaixamento.
Especificamente o rebaixamento é o Calcanhar de Aquiles de todo mundo. Todos os times já caíram, exceto o Flamengo e o São Paulo. O drama é mesmo “time grande cair”, que impacta, além do aspecto esportivo, a questão financeira, por conta dos valores da cotas. Historicamente o número mágico de permanência na elite é 45 pontos, ou seja, 41% de aproveitamento nas 38 rodadas. Mas até hoje apenas uma vez houve exceção: Em 2009, o Coritiba caiu mesmo atingindo aos 45 pontos. Por outro lado, o time a se salvar com a menor pontuação foi o Ceará em 2019 com 39 pontos.
E neste atual certame, de repente, se percebeu que o sarrafo subiu e, matematicamente, os tais 45 pontos não serão suficientes para a tão esperada salvação. Na prática pode até salvar, mas hoje, na matemática não. Tudo por conta das reações de quem estava lá embaixo na tabela, especificamente Fortaleza, Santos e Vitória. Já Internacional e Ceará se complicaram e desceram na tabela. Atlético Mineiro, Vasco e Bragantino se estagnaram. Corinthians e Grêmio subiram e São Paulo se salvou.
A conta é simples: Basta olhar para o primeiro time do bloco do rebaixamento: O Internacional está em 17º lugar com 41 pontos. Pode chegar à 47, se vencer São Paulo fora e Bragantino em casa. Sendo assim, obriga quem está à sua frente e ainda não tem 48 pontos, a chegar a este patamar. O outro time que pode se salvar e está no Z4, é o Fortaleza, que tem 40 e pode bater aos 46.
Mas olhando o prático e real, o Inter, obriga Atlético, Bragantino, Vasco a se virarem rapidinho , o mesmo com Grêmio e Corinthians. Quem já tinha feito as contas ao final da rodada, a antepenúltima, foi o goleiro Everson, do Galo que profetizou: “O sarrafo aumentou e temos que vencer mais um jogo.” Foi quando o Galo perdeu para o Fortaleza. Foi quando o torcedor atleticano percebeu que além do sonho do G8, tem que se preocupar com o Z4, o rebaixamento.
E para evitar qualquer surpresa matemática, o Galo, assim todos os demais times com 45 pontos, precisa vencer mais um dos seus dois jogos e chegar aos 48, onde o sarrafo chegou. O Inter, agora com Abel Braga para esses dois jogos, terá pela frente o São Paulo no Morumbi e o Bragantino no Beira-Rio. Já o Galo pega o Palmeiras e Vasco, ambos em BH. Lembrando que existem apenas dois confrontos diretos: Atlético x Vasco, hoje iguais na pontuação e Inter e Bragantino mais próximos. Corinthians e Fortaleza não se considera pela distância de seis pontos. Sendo assim, a matemática pede 48, mas a prática pode ficar um pouco menor.








