
Os estudantes do Ensino Médio em Tempo Integral (Emti) da Escola Estadual Marinho Silva, localizada em Rio Piracicaba, encontraram uma maneira inovadora de levar a ciência além das fronteiras da sala de aula. Buscando integrar e divulgar o curso técnico dentro da própria comunidade escolar, a unidade criou o projeto Pequeno Cientista, uma iniciativa em que os alunos desenvolvem experimentos com materiais alternativos para os estudantes do 1º ao 5º ano do ensino fundamental.
A diretora Renata Aparecida Soares Gomes destaca que o projeto tem trazido inúmeros pontos positivos para toda a comunidade escolar. “Os grandes benefícios são ver as crianças crescerem interessadas pela Química, mais motivadas e confiantes de que qualquer pessoa pode aprender, desmistificando a ideia de que é preciso ‘nascer sabendo’”, avalia.
A proposta fortalece a formação técnica em Química aliada ao Emti como um espaço de excelência, unindo formação técnica, pesquisa científica e compromisso social, e preparando os jovens para serem protagonistas tanto no conhecimento quanto na transformação da comunidade onde vivem.
Nova forma de aprender
A vice-diretora Lílian de Paiva Martins da Costa explica que o projeto nasceu de uma conversa com o coordenador do curso técnico, com o objetivo de aproveitar o laboratório e a expertise dos alunos do Emti para beneficiar os anos iniciais. “A Química pode ser muito lúdica, e percebemos que as crianças amam esse universo. A partir disso, vimos a oportunidade de despertar esse interesse desde cedo e complementar o plano de curso dos professores”, conta.
Responsável pelo laboratório e coordenador do curso técnico em Química, o professor Leandro José Dias Gonçalves de Oliveira reforça o impacto positivo da iniciativa. “Os alunos pequenos sempre demonstraram curiosidade quando viam o movimento no laboratório. Então pensamos: por que não envolvê-los? Queríamos que eles criassem o hábito de vivenciar experimentos científicos. Isso não só aproximou as crianças da ciência, mas também melhorou o rendimento dos estudantes do Emti”.
Protagonismo estudantil
O aluno Samuel Lanas, do 2º ano do Emti, atua como monitor da turma do 3º ano do fundamental e participou da elaboração dos roteiros e das práticas experimentais. “Acho importante termos a chance de mostrar na prática o que aprendemos no curso técnico. Para as crianças, fica mais fácil entender; para nós, melhora a oratória e a capacidade de explicar de forma simples e lúdica. É uma troca muito rica”, comenta.
Ele também aponta que a iniciativa reforça a decisão de permanecer na escola e continuar a formação na área. “Como a escola oferece o curso técnico em Química, esse contato desde cedo faz muita diferença. Torna tudo mais natural, mais próximo”, relata.
O projeto Pequeno Cientista cria uma cultura científica desde cedo, além de fortalecer vínculos e mostrar aos alunos que o espaço escolar tem muito a oferecer, tornando a aprendizagem mais significativa e aproximando toda a comunidade do universo da ciência. É uma ação que transforma a relação dos estudantes com o conhecimento.








