A Polícia Civil concluiu o inquérito sobre a morte de um instrutor de autoescola, ocorrida em abril de 2023, em BH, durante briga de trânsito. O suspeito, de 47 anos, foi indiciado por homicídio doloso, qualificado por motivo fútil.
De acordo com o chefe da Divisão Especializada em Prevenção e Investigação de Crimes de Trânsito (Deictran), delegado Rodrigo Fagundes, o motorista viu o instrutor se segurando à estrutura do veículo e continuou acelerando, assumindo assim o risco de matá-lo. “Por isso, ele foi indiciado por dolo eventual qualificado”, explicou.
Fagundes observou ainda que a violência no trânsito está ocorrendo com certa frequência, e alertou que discussões banais podem acarretar a perda de uma vida. “Essa morte era completamente evitável”, acrescentou.
Crime aconteceu no bairro Floramar, em BH
Segundo levantamentos, o suspeito transitava pelo bairro Floramar, quando colidiu com a traseira do veículo da vítima, que no momento do acidente, era conduzido por um aluno da autoescola. A colisão foi leve, e o investigado e o instrutor saíram de seus respectivos veículos para conversar sobre o ocorrido.
A vítima informou que chamaria a polícia, mas o investigado decidiu deixar o local do acidente. Na tentativa de impedir a fuga do suspeito, o instrutor se posicionou a frente do veículo, que não parou. A vítima, então, foi arrastada, de pé, diante do capô. Assim que o investigado aumentou a velocidade, o instrutor tombou para a lateral direita, mas manteve-se segurando na estrutura do veículo. Mais adiante, o suspeito colidiu com outro veículo que transitava no local, causando a queda da vítima, ocasião em que o homem fugiu do local.
O instrutor foi socorrido, mas morreu no hospital em decorrência dos ferimentos.
Durante as apurações, policiais civis compareceram à residência do proprietário do veículo envolvido no crime, que afirmou desconhecer o ocorrido e mostrou um contrato de aluguel do automóvel. Assim, a equipe da Deictran foi até a casa do locatário do carro, que não estava no local. Na garagem, os policiais encontraram o veículo, que foi entregue à polícia pela família do suspeito.
O carro foi encaminhado para a perícia, e o condutor, posteriormente, compareceu à delegacia e confirmou sua participação no acidente, alegando, inclusive, que a vítima estaria agressiva e teria desferido golpes contra o veículo durante o percurso.
Após analisar o laudo da perícia realizada no automóvel, os vídeos dos locais do fato e demais elementos coletados durante a investigação, a Polícia Civil concluiu que a versão do condutor não conferia com a realidade.
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