
O Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Educação (SEE/MG), lançou, nesta terça-feira (4/11), em Belo Horizonte, o Minas Bilíngue, projeto que promove o ensino bilíngue e intercultural na rede pública. A iniciativa visa desenvolver a proficiência em uma segunda língua, valorizar a diversidade cultural e preparar os estudantes para atuar de forma crítica e responsável em um mundo cada vez mais globalizado.
Durante o evento de apresentação do Minas Bilíngue, o governador Romeu Zema assinou o despacho governamental que determina a implantação do programa em Minas Gerais, por intermédio de acordo de Cooperação Técnica com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
O chefe do Executivo estadual comemorou a iniciativa e destacou a importância para o estado, que vai contar com mais pessoas fluentes em outros idiomas.
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“Estaremos introduzindo o ensino bilíngue em diversas escolas estaduais, levando para os alunos a possibilidade, além de estarem fazendo o ensino médio, de saírem com uma proficiência em outro idioma. É uma oportunidade única e quem ganha com isso é em Minas, que vai passar a ter cada vez mais pessoas falando diversas línguas”, celebrou o governador Romeu Zema. |
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“Isso é muito importante em termos profissionais. Também garantimos um estado que vai poder acolher melhor turistas estrangeiros que vêm numa quantidade cada vez maior para Minas, que tem, inclusive, ampliado os voos para outros países”, completou.
Metodologia
Serão oferecidas aulas de diferentes línguas estrangeiras. A partir de 2026 estará disponível na rede pública estadual de ensino a oferta do ensino do inglês, espanhol, mandarim, italiano, alemão e francês, conforme a escolha da comunidade escolar.
O projeto surge em resposta ao cenário nacional de baixa proficiência em inglês. De acordo com o estudo “The Future of English: Global Perspectives”, do British Council, o Brasil ocupa a 184ª posição entre 229 países, com apenas 6% da população fluente no idioma, enquanto a média global é de 31%.
Mais oportunidades para os estudantes
O Minas Bilíngue aposta em uma formação integral, que articula competências linguísticas, cognitivas, culturais e socioemocionais, estimulando a empatia, o diálogo e a abertura ao novo. O programa é estruturado em três eixos principais, que se complementam para ampliar as oportunidades de aprendizagem de idiomas na rede estadual.
As escolas estaduais poderão fazer adesão ao Minas Bilíngue de 10 a 28/11 para ano letivo de 2026. Após 28/11, a adesão continuará aberta para o ano letivo de 2027.
A primeira frente do projeto prevê a implementação de até 30 escolas bilíngues a partir do ano letivo de 2026, com proposta pedagógica intercultural e interdisciplinar. Nessas unidades, a língua estrangeira adicional, escolhida pela comunidade escolar, terá carga horária ampliada e será utilizada também em componentes curriculares específicos, de forma integrada à Formação Geral Básica e aos Itinerários Formativos.
A estrutura curricular inclui, ainda, os Estudos Interculturais, que abordam aspectos culturais, históricos, artísticos e sociais dos países falantes da língua escolhida. A seleção das escolas levará em conta a adesão da comunidade escolar à proposta bilíngue, a capacidade de oferta de Educação em Tempo Integral, com infraestrutura adequada e o diagnóstico da proficiência linguística dos profissionais da rede.
As escolas participantes contarão com formação continuada para os docentes, materiais didáticos específicos, acervo literário em língua estrangeira e ambientes voltados à imersão cultural dos estudantes.
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“Este é um projeto muito importante que entregamos para Minas Gerais. É fundamental que o ensino de uma nova língua seja inserido desde a educação básica, porque abre muitas oportunidades. Com a tecnologia atual, se a pessoa fala inglês e tem conhecimento de programação, por exemplo, ela tem a possiblidade e trabalhar para grandes empresas internacionais, sem sair do estado”, ressaltou o secretário de Estado de Educação, Rossieli Soares. |
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Já a reitora da UFMG, Sandra Goulart, destacou a importância da parceria ao garantir professores qualificados para atuação com os estudantes da rede pública.
“A UFMG é um polo importante de ensino de línguas, temos recursos humanos que podem atuar nas escolas e realizar parcerias para atuarem nesse projeto, inclusive com parcerias em universidades no exterior. Há estudos que mostram que conhecer uma nova língua é importante para a mobilidade social e carreiras futuras, além do desenvolvimento econômico de Minas. O Estado pode contar com a UFMG para esse importante projeto”, disse.
Centros de Estudo de Línguas
O segundo eixo do Minas Bilíngue é voltado à criação e ao fortalecimento dos Centros de Estudo de Línguas, que oferecerão cursos gratuitos de idiomas a estudantes, no contraturno, e também aos profissionais da rede estadual. Os centros terão papel essencial na democratização do acesso ao aprendizado de línguas estrangeiras, permitindo que um número ainda maior de pessoas desenvolva competências linguísticas e culturais.
Além do ensino do idioma, os centros também promoverão vivências culturais e atividades complementares, ampliando as possibilidades de aprendizado e fortalecendo o vínculo entre a formação acadêmica e o conhecimento de outras culturas.
Intercâmbio internacional para estudantes e professores
O terceiro eixo do projeto prevê a oportunidade de intercâmbio internacional, com duração de dois a seis meses, destinado a estudantes com melhor desempenho e professores mais engajados nas ações do Minas Bilíngue. A iniciativa será realizada por meio do Passaporte Mineiro do Conhecimento, garantindo vagas exclusivas para os participantes das escolas bilíngues.
O objetivo é proporcionar experiências práticas de imersão linguística e cultural, fortalecendo a fluência, o protagonismo e a autonomia dos participantes. O projeto também inclui a formação da equipe escolar no modelo bilíngue e intercultural, com vivências linguísticas, adaptação de práticas pedagógicas e suporte técnico e material para implementação. Dessa forma, tanto estudantes quanto educadores terão acesso a experiências que os aproximam de contextos internacionais de aprendizado e cooperação.









