O material conta com informações abrangentes sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA), explicações claras sobre o que é o autismo e seus diferentes níveis
A Amagis, por meio da Coordenadoria de Política de Proteção e Apoio à Pessoa com Deficiência, e o Amagis Saúde, plano de saúde da Magistratura mineira, lançaram no dia 29 de abril, a cartilha ‘Desvendando o Autismo’, um material com informações abrangentes sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA), explicações claras sobre o que é o autismo e seus diferentes níveis, orientações sobre diagnóstico e métodos de intervenções, abordagem sobre o autista adolescente e o risco de suicídio, medicação, o masking, capacitismo, acessibilidade e inclusão.
Além de integrantes da Coordenadoria e membros da Diretoria da Amagis, participou também o deputado estadual Cristiano Silveira, integrante da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos das Pessoas com o Transtorno do Espectro Autista, e da assessora parlamentar Alana Carlech Correia, que representou a deputada estadual Maria Clara Marra, presidente da Frente Parlamentar.
O presidente da Amagis, juiz Luiz Carlos Rezende e Santos, afirmou que um dos objetivos da Associação com o lançamento da cartilha é fazer com que as políticas de acesso e inclusão cheguem às salas dos magistrados e magistradas e sejam também reverberadas pelo Legislativo estadual. “A Amagis quer contribuir com o debate sobre inclusão, que precisa estar permanentemente em nossa agenda”, disse.
De acordo com Luiz Carlos, ao entender melhor o autismo e suas nuances, os magistrados e as magistradas têm a chance de desempenhar um papel vital na promoção da igualdade de oportunidades para as pessoas com TEA em diferentes áreas da vida, como educação, emprego e acesso à saúde. “A disponibilização desta cartilha é mais do que uma publicação informativa, é um ato de compromisso com a igualdade e a justiça para todos. Ao oferecer informações abrangentes sobre o autismo, estamos promovendo um ambiente mais inclusivo e acolhedor para as pessoas com TEA e suas famílias. Portanto, encorajo fortemente todos os colegas a se engajarem na divulgação e no uso do material como uma ferramenta essencial para promover uma sociedade mais inclusiva e justa”, disse o presidente da Associação.
A diretora da Coordenadoria de Política de Proteção e Apoio à Pessoa com Deficiência da Amagis, juíza Raquel Agreli Melo, destacou que a cartilha traz à luz situações específicas do autismo, para além do que já é difundido. A magistrada observou que, de acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) – agência do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos – uma em cada 36
crianças foram identificadas com TEA no ano de 2020, e a tendência é de aumento do número de casos.
Raquel Agreli lembrou ainda que o diagnóstico do autismo é clínico, de preferência feito por uma equipe multidisciplinar e que a aceitação da deficiência também perpassa pelo conhecimento.
O deputado estadual Cristiano Silveira, que tem um filho diagnosticado com o transtorno de TEA, parabenizou a Amagis pela elaboração da cartilha e pela qualidade do material, e a sensibilidade da diretoria da Associação para com a luta sobre a conscientização do TEA. O parlamentar destacou que dessa forma, o Judiciário passa a atuar ao lado do Legislativo para garantir os direitos da pessoa autista. O deputado afirmou que um dos grandes adversários desse movimento é o capacitismo.
“Em famílias de classes média e alta o preconceito é ainda maior. E isso é uma covardia porque a não intervenção no tempo certo reduz a chance de garantir autonomia à criança autista. Para pais de crianças e adolescentes típicos, ver o filho chegar em casa com um diploma de faculdade é motivo de grande orgulho. Para nós, pais e mães atípicos, o filho conseguir escovar o dente, se alimentar sozinho e saber atravessar a rua já é uma grande conquista”, finalizou Cristiano Silveira.
Pai de um adolescente autista, o juiz Christyano Lucas Generoso, também integrante da Coordenadoria de Política de Proteção e Apoio à Pessoa com Deficiência da Amagis, ressaltou a importância de a Associação dar visibilidade ao TEA. “O aumento de diagnósticos do transtorno mostra que o acesso à
informação também tem crescido”, observou.
Christyano Lucas Generoso chamou atenção para particularidades que permeiam a vida do autista e seus familiares e que servem de alerta à urgente necessidade de garantir o diagnóstico precoce, intervenções adequadas e amparo psicológico para familiares e cuidadores de pessoas com deficiência. De acordo com o magistrado, estudos mostram que autistas têm expectativa de vida menor em relação a pessoas não autistas por terem um risco maior de se envolverem em acidentes. Entre casais com filhos autistas, a chance de divórcio também é aumentada e o abandono materno é uma realidade, o que denota falta de uma rede de apoio familiar. “Por isso, o que desejamos com esse material é dar visibilidade a essa minoria, pois o conhecimento liberta e faz com que a gente seja uma sociedade mais cooperativa e solidária com a deficiência”, afirmou o magistrado.
Diretora de Comunicação da Amagis e integrante da Coordenadoria Amagis Mulheres, a juíza Daniela Cunha Pereira ressaltou que, com o lançamento da cartilha, a Associação demonstra que não é só uma entidade para defesa do magistrado, mas, sim, uma instituição que se coloca como parte da sociedade civil. “Com ações como essa e ao dialogar com outros poderes, a Amagis reforça sua preocupação com o bem-estar social de uma maneira ampla. Até porque, como magistrada e magistrado, temos também a condição de sermos agentes de transformação social”, afirmou a magistrada.
O desembargador Edison Feital Leite, integrante do Conselho Gestor de Saúde, afirmou que ao trabalhar a inclusão de pessoas com deficiência a Amagis dá uma prova de amor aos cidadãos que precisamos de amparo para desenvolver com dignidade suas capacidades.
A assessora parlamentar Alana Carlech Correia falou em nome da deputada estadual Maria Clara Marra. Segundo ela, a parlamentar quer somar força às ações da Amagis para que haja um incremento no número de profissionais capacitados ao atendimento de pessoas autistas no estado.
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