Do ataque imponente no jogo de ida a uma defesa sem deixar passar nada no duelo de volta. Do início ao fim. O Atlético mostrou ser o time a ser temido em uma semifinal de Conmebol Libertadores. Desbancou o River Plate com tranquilidade, superioridade e frieza diante de mais 80 mil argentinos. Tudo que se pede de um finalista continental. E a um passo do Mundial.
O segredo e a surpresa fazem parte dos preparativos para um jogo como esse. Gabriel Milito soube usar bem. Deixou dúvidas no ar e definiu por repetir a escalação do jogo de ida.
A postura foi diferente, mas seguiu sendo inteligente. Noventa minutos de foco para fechar os espaços e proteger a área das bolas cruzadas do River – sua principal e única arma.
Quem gostou disso foi Battaglia. Ganhou uma, duas. Fez cortes essenciais quando o time argentino furou o bloqueio. Dominou a defesa. A linha de marcação variava de acordo com cada movimento do River. Cada jogador como uma sombra dos argentinos.
Com a bola, o Atlético demorou a ter mais minutos. Mas nem precisou. Quando teve um pouco, Deyverson quase guardou. A partir dos 36 minutos, ficou mais com a posse no momento que o River deu o primeiro sinal de cansaço. Quarenta cinco minutos foram completos.
A etapa final seguiu um roteiro parecido: sem drama, sem sustos, e com o Galo sempre um passo à frente. Milito trocou Lyanco – pendurado e com rendimento abaixo – por Saravia. Melhorou o lado do campo.
O River seguiu na pressão, deu mais trabalho ao Everson, mas já entendia que tinha acabado, mesmo antes do apito final. Scarpa quase reforçou de quem era a vaga. Uma bola colocada com capricho no travessão.
Era um detalhe para colocar mais uma prova da superioridade do Galo em cada lance, na parte técnica e tática. Não teve River, teve Atlético em 180 minutos.
O Galo viveu uma noite que todo clube busca em Libertadores. Viajar para Buenos Aires, encarar catimba, uma torcida apaixonada e com uma festa do tamanho do jogo. E eles viram um Atlético pronto para ser finalista e a 90 minutos do Mundial.