O lateral esquerdo Guilherme Arana concedeu entrevista coletiva de imprensa na tarde desta sexta-feira (26/7), antes do treino na Cidade do Galo. O jogador, que está prestes a completar 200 jogos com a camisa alvinegra, falou da sua relação de carinho e gratidão com o Atlético. Um dos maiores laterais da história atleticana, o camisa 13 já está marcado para sempre no Galo.
“Eu sempre coloco o Atlético em primeiro lugar. Foi um clube que me buscou quando eu estava desacreditado, me acolheu super bem. Venho fazendo uma bonita história aqui. Espero entrar ainda mais nessa prateleira de ídolos que o Galo tem. Clube pelo qual tenho grande gratidão e respeito enorme”, afirmou.
Confira a transcrição completa da entrevista coletiva:
Pergunta: Sobre Galo x Corinthians: você está perto de chegar aos 200 jogos. Sempre que tem a janela de transferências, o torcedor fica preocupado. Queria saber de você se existe alguma coisa desenhada para possível saída, ou o torcedor pode ficar tranquilo que você irá completar 200, 250 jogos no Galo…
Guilherme Arana: “Uma marca (200 jogos) que eu sempre sonhei desde garoto, ser um jogador profissional, e estar prestes a completar 200 jogos como profissional em um grande clube é satisfação imensa. Sempre coloquei o Atlético em primeiro lugar, ninguém é maior do que a instituição. Fazer parte desse grupo, dessa família, da história do Clube é uma satisfação imensa”.
“É normal, toda janela de transferências, meio do ano, acontecem especulações. Até o momento, não apareceu nada, não surgiu nada. Então, a minha cabeça está 100% voltada aqui para o meu Clube, do qual gosto muito, me sinto em casa, não só com os jogadores, mas os funcionários também. Estou bem tranquilo, focado em fazer um bom trabalho e ajudar o Atlético”.
Pergunta: O Galo inicia uma maratona de jogos com Brasileiro, Copa do Brasil e Libertadores. Jogos que vão impactar lá na frente. Queria saber a preparação para esse momento, e também sobre o entrosamento com os reforços.
Guilherme Arana: “Sim, sem dúvidas nenhuma, é um calendário apertado no Brasil, estamos acostumados. É focar em todos os jogos, independentemente de jogar em casa ou não. Temos que somar pontos, deixamos pontos escaparem, dentro de casa principalmente, mas fora também, sofrendo empates e derrotas. Mas o grupo se fortaleceu ainda mais, com as contratações que chegaram. E todos precisam estar preparados, não só os 11 que iniciam as partidas. Até para a gente conseguir dar a volta por cima e voltar a ter a sequência que tivemos na chegada do professor e da comissão. Temos capacidade, e grandes jogadores para fazer isso acontecer novamente”.
Pergunta: No último domingo, o Gabriel Milito escalou o time com Otávio e Fausto Vera. Você jogou com Milito na formação Otávio-Alan Franco. Você, como sendo um jogador ofensivo, fica mais tranquilo jogar com um meio mais marcador?
Guilherme Arana: “São dois jogadores de muita qualidade, o Fausto chegou agora, não tive o prazer de jogar um jogo com ele, eu estava suspenso. Com o Alan Franco, eu o conheço há bastante tempo. São dois jogadores de qualidade, não tenho preferência ainda não. Quem o professor escalar, estaremos bem preparados. O Alan voltou agora da Copa América. O Fausto a gente também conhece o futebol dele, trabalhou com o Gabriel Milito na Argentina. Eu, especificamente, não tenho preferência. Quem jogar ali vai desempenhar o bom papel. E a gente, ao redor, vamos tentar ajudá-los da melhor forma”.
Pergunta: são quatro anos e meio de casa, você se sente em casa no Atlético, com brincadeiras e zoeiras. Qual seu sentimento pelo Clube e pela torcida, que nutre muito carinho por você?
Guilherme Arana: “Como eu disse antes, eu sempre coloco o Atlético em primeiro lugar, acho que foi um clube no qual eu estava desacreditado, foi lá e me buscou, me acolheu super bem. É um clube no qual eu venho fazendo uma bonita história. Espero entrar ainda mais nessa prateleira de ídolos que o Galo tem. Clube no qual tenho grande gratidão e respeito enorme.
“Até mesmo quando eu jogava como adversário, sempre foi difícil jogar contra o Atlético e a Massa. Faltam palavras para agradecer por todo o carinho e cuidado que eles têm comigo, com a minha família, meus filhos. Apesar de ser de São Paulo, faz quatro anos que estou aqui, comprei uma casa aqui. Estou muito ambientado e muito feliz por tudo que vivi e vivo nesse clube. Espero escrever cada vez mais capítulos nessa linda história”.
Pergunta: Além dos reforços, o Galo contou com retornos. Você foi um deles. Como está sendo esse retorno? Como você está se sentindo, tendo em vista que você atuou com muita liberdade de ataque na partida diante do Juventude?
Guilherme Arana: “Todos sabem que eu sou um lateral bastante ofensivo, mas busco sempre ajudar na marcação, que é o meu dever. O dever do lateral é apoiar e defender. Você tem jogadores de qualidade ao lado… Tanto os que chegaram quanto os que aqui já estavam. Cito os meninos da base, que seguem evoluindo com o nosso apoio. É importante ter os bons jogadores do lado, pois o seu individual acaba aparecendo. Nós passamos um pouco para os jogadores que chegaram aqui como é o Clube, como é vencer aqui, a pressão também. Os jogadores estão ambientados. Quando eu cheguei, também recebi carinho imenso do grupo, o que facilitou a minha trajetória aqui. Que isso se repita com esses jogadores que chegaram, com muitas conquistas e glórias.
Pergunta: O Galo se distanciou um pouco dos líderes do Brasileiro, e agora terá as copas pela frente. Você acha que o Brasileiro pode ir para um nível de prioridade um pouco menor:
Guilherme Arana: “Não existe de priorizar um campeonato ou outro. Entramos em campo sempre para vencer, brigando pelos títulos. É verdade, deixamos escapar pontos, existe uma distância para o líder. Mas, ano passado, também tivemos uma situação parecida, mas brigamos pelo título. Teremos um turno inteiro para brigar. Com as peças que chegaram, temos poucos no DM, o grupo está cheio de qualidade. Trabalhando firme no dia a dia, estudando os adversários, iremos voltar a ter uma sequência de vitórias, assim como no começo do trabalho do professor. É isso. Capacidade a gente tem, um grande treinador. Os campeonatos vão se afunilando, e quem errar menos vai ter êxito lá na frente”.
Pergunta: nos últimos tempos, o VAR virou uma das discussões no futebol brasileiro. Qual a sua opinião do VAR? E mais, você acha que existe uma perseguição por parte da arbitragem ao Hulk, que sofre faltas que não são marcadas contra ele, e se fossem em outros jogadores, elas seriam dadas?
Guilherme Arana: “O VAR chegou para ajudar a diminuir os erros. Infelizmente, existem essas polêmicas aí. Eu penso que… Não só o VAR que atrapalha, mas o campo que a gente joga, a arbitragem também. Às vezes ela quer falar muito, questionar muito, dá cartões sem necessidade, o que mina o jogo um pouco. Eu já até comentei com o Léo, da comissão, que na Europa os jogadores também têm uma parcela de culpa ao pressionar o árbitro na revisão do VAR, faz uma muvuca. Mas lá na Europa há o respeito dos jogadores com os árbitros, e vice-versa, eles deixam os jogadores jogarem, o jogo seguir, sem parar toda hora. Acho que isso precisa melhorar no futebol brasileiro, que já tem um investimento alto, com grandes jogadores, visibilidade enorme. Eu tenho certeza de que vai melhorar. Eu não gosto de falar de arbitragem e VAR, quero só jogar meu futebol”.
“Ontem a gente foi brincar com o Hulk, no aniversário (trote), e para segurá-lo foram precisos seis jogadores. Os árbitros devem achar que quando o Hulk sofre algum contato, está simulando algo. Mas não é. Pelo que vejo nos jogos, contra o Vasco, eu estava fora, e ele sofreu uma falta clara. A gente conversa, e ele está ciente, para falar um pouco menos. Mas é um cara que vive o jogo, quer nos ajudar toda hora, e vai falar, até porque ele é o capitão, e precisa de respeito. Acho que os árbitros precisam respeitar mais os jogadores, e os jogadores também darem calma para os árbitros tomarem as melhores decisões”.