Por Oliveira Lima
Gabriel Milito, técnico atleticano, chegou com o chamado “carro andando”, expressão futebolística que no Brasil significa pegar um time no meio da temporada, ou seja, com um trabalho iniciado pelo técnico anterior. Fruto da “política de resultados”, as quedas de treinadores se dão de quatro em quatro meses, médias de três comandantes por ano.
Milito chegou pós-Felipão, na reta final do Mineiro e já início da Libertadores e à cara do Brasileirão. Fez sete sessões de treinos antes da estreia contra o Cruzeiro e não terá mais tempo para treinar devido ao louco calendário brasileiro, com três jogos de um domingo ao outro. Fez já quatro jogos em duas semanas; Dois contra o Cruzeiro, um contra o Caracas e outro diante do Rosário. Quatro jogos e quatro escalações diferentes. Milito tem apenas 17 dias de trabalho e ainda não conhece bem o clube e o futebol brasileiro.
Tempo ainda escasso, mas já se viu muita coisa boa e muita coisa preocupante. Com Milito Galo tem que ser um time muito intenso, sua principal marca. Posse de bola, controle do jogo e ofensividade. Este é o modelo moderno do mundo do futebol. E vai levar tempo para que jogadores absorvam tudo. E o que é urgente é consertar o que se entende de “falhas, defeitos” que o time trouxe da era Felipão.
Time intenso, precisa de ótimo preparo físico, e o Galo que Milito herdou de Felipão tá longe do ideal. É um time com idade média acima dos 28 anos, beirando aos 30. Prova desta deficiência é que a equipe praticamente morre no segundo tempo. Tirando o jogo contra o frágil Caracas, esta situação foi encontrada no segundo tempo nos 2×2 diante do Cruzeiro e também no mesmo tempo diante do Rosário.
Bola aérea na defesa atleticana é um drama: Dos 3 gols sofridos diante do Cruzeiro, 2 foram de cabeça. E toda bola lançada contra o goleiro Everson, é um drama para afastar o perigo. A maior preocupação é mesmo a defesa. Todos os times dirigidos pelo argentino, há um sofrimento na retaguarda. Foi assim no Estudiantes, Independiente, Argentino Jrs. E no Galo esta marca apareceu; Em quatro jogos, tomou gols em todos, até mesmo do fraquíssimo Caracas.
Nos 2×2 contra o Cruzeiro, a derrota só não veio, por que o Cruzeiro perdeu dois gols incríveis antes do empate. Nos 3×1 aplicados na final, contra o Cruzeiro, de novo o Galo sofreu. Estava 2×1 quando Dineno fez gol de empate, que daria o título ao Cruzeiro. Estava impedido. E diante do Rosário, o Galo sofreu para segurar a vitória,, com Everson pegando uma bola sem querer e Jemerson salvando em outro lance. Quatro jogos, cinco gols sofridos. Mais gols do que jogos. É preocupante.