O 2024 do Atlético foi marcado por um misto de sentimentos: euforia por chegar às finais da Libertadores e da Copa do Brasil, tristeza pela perda dos títulos e apreensão pelo risco de rebaixamento até a última rodada do Campeonato Brasileiro. Nesta terça-feira (25/3), o Galo completa 117 anos de história e espera transformar os erros do último ano em aprendizados para um 2025 com mais motivos para comemorar.
O primeiro objetivo foi cumprido, com a conquista do hexacampeonato Mineiro, feito que o clube só tinha alcançado uma vez na história, entre 1978 e 1983. Vencer o Estadual, no entanto, foi apenas o pontapé inicial, já que o clube tem aspirações maiores, como a conquista do Campeonato Brasileiro. Para além dos títulos, o Atlético tem ainda como foco a reabertura da Arena MRV, com novo gramado, novo sistema de acústica e um ambiente ainda mais aconchegante para a Massa.
A mudança no perfil do elenco atleticano passa, primeiramente, pela troca no comando técnico. No fim do ano passado, Gabriel Milito deixou o clube em comum acordo com a diretoria. O substituto escolhido pela gestão foi o velho conhecido Cuca, treinador mais vitorioso da história alvinegra. O início dele é promissor, com nove vitórias, três empates e apenas uma derrota em 13 jogos.
Com 13 saídas e 10 chegadas, o elenco do Atlético sofreu uma reformulação de 2024 para 2025. Com a janela de exceção aberta até o dia 11 de abril, o clube ainda deve se movimentar no mercado. O próprio técnico Cuca admitiu que o Galo carece de mais jogadores para compor o grupo.
A busca por reforços para o elenco do Galo para a temporada de 2025 foi baseada em cinco necessidades identificadas pelo Centro de Informação do Galo (CIGA): melhorar a capacidade física; ter jogadores versáteis para atuar em diversas posições; valorizar jogadores brasileiros, diminuindo o número de estrangeiros; buscar jogadores com mentalidade competitiva; e ter mais jogadores entre 24 e 29 anos, considerada a idade de pico de um atleta.
Até o momento, o clube anunciou 10 reforços: os laterais Natanael e Caio Paulista; os zagueiros Ivan Román e Vitor Hugo; os volantes Gabriel Menino e Patrick Silva; e os atacantes Cuello, Júnior Santos, Rony e João Marcelo.
Investidor da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do Atlético, Rubens Menin rasgou elogios ao time versão 2025. “Acho que o time está melhorando bem. Esses jogadores vieram para completar o plantel. Esse time de 2025, talvez seja um dos mais fortes que a gente teve na nossa história. Teve os de 2021, 2013, lá para trás também, 1978, 1981, 1970 e tal. Mas é um time muito bom”, afirmou em evento realizado Arena MRV no fim de março.
O Atlético não externou publicamente as metas esportivas para 2025, mas o clube admite que o desempenho no Brasileirão do ano passado foi a grande decepção da temporada. Portanto, a principal competição nacional não será negligenciada em detrimento das copas, como aconteceu em 2024. O Galo entende que Flamengo, Palmeiras e Botafogo possuem maior poder de investimento, mas o título do Brasileirão é o grande sonho para 2025. Na pior das hipóteses, a equipe espera garantir uma vaga para a Copa Libertadores do próximo ano.
O Atlético voltará a disputar a Copa Sul-Americana depois de cinco anos. A equipe mineira é amplamente favorita no grupo H, que conta com Cienciano (PER), Caracas (VEN) e Deportes Iquique (CHI). O Galo participará do torneio pela décima vez. A última aconteceu em 2020, quando foi eliminado na primeira fase para o Unión Santa Fé, da Argentina. A melhor campanha foi em 2019, quando perdeu na semifinal da competição para o Colón. A copa, criada pela Conmebol em 2002, é a sucessora da extinta Copa Conmebol, na qual o Atlético é o maior vencedor, com os títulos de 1992 e 1997.
Na Copa do Brasil, o Atlético está classificado para a terceira fase e aguarda o sorteio para saber qual será o adversário. Nas etapas anteriores, a equipe alvinegra passou por Tocantinópolis e Manaus. Anos passado, o Galo foi finalista e viu o Flamengo erguer a taça.
O Atlético ainda não atuou na Arena MRV nesta temporada. O estádio passa por reformas para troca de gramado e mudança no sistema de acústica. A nova superfície do campo será sintética e a expectativa do clube é de que as obras sejam concluídas em meados de abril.
Serão gastos cerca de R$ 13 milhões na troca do gramado da Arena MRV. Além disso, o Atlético está subindo o campo em 70 centímetros. Para corrigir o problema da acústica e transformar a casa do Galo no tão sonhado caldeirão, o clube revestirá 5.400 m² da cobertura no Nível Sul com placas de alumínio composto (ACM). A ideia é que o som bata e retorne para as arquibancadas, sem ser absorvido pela atual camada de proteção, potencializando a atmosfera nos jogos da equipe.
O clube também está retirando cadeiras de parte do setor do estádio para poder reunir ‘do mesmo lado’ todas as torcidas organizadas. A intenção é que elas fiquem localizadas no setor Inter Sul Superior, que ficará apenas com a arquibancada de concreto.
Ano passado, a casa atleticana recebeu 33 partidas do clube entre 28 de janeiro e 8 de dezembro. A média de público da Massa na Arena MRV, em 2024, foi de 35.237 torcedores, a maior média anual da torcida desde a reabertura dos portões dos estádios no pós-Covid, em agosto de 2021. A receita líquida de bilheteria foi de R$ 57,3 milhões.