Por Oliveira Lima
Em nenhum país do mundo, troca-se tantas vezes um treinador de futebol, como no Brasil. Absurdamente a cada 3 meses se manda um técnico embora, com uma média de 20 jogos para cada. No Campeonato Brasileiro da série A, há muitos anos, tem-se mais queda de treinadores do que rodadas. A média nacional é de 42 modificações numa temporada.
Por conta dos resultados, que nunca olharam as condições de trabalho, em que não se tem pré-temporada completa, elencos mudados por conta das janelas de transferências, falta de ideias corretas dos dirigentes, impaciência da torcida e muitas vezes cobrança descabida da imprensa, treinadores são colocados como únicos culpados e pagam o pato.
Na Europa, vê-se como piada esta situação, já externada por Pep Guardiola e Jung Klopp, treinadores de Manchester City e Liverpool. Eles estão indignados. Mas aqui no Brasil é tudo muito normal, como se fosse a solução do problema. Na verdade é jogar a sujeira para debaixo do tapete, pois raramente surte efeito. A começar pelo calendário, onde se jogam três meses fora logo no começo do ano. Depois encavala tudo, com as competições que realmente importam e sem tempo para treinar, o culpado sempre é o treinador.
Começou o Brasileirão com sete trocas antes, decorrentes de maus resultados no começo do ano e a ida de Dorival à Seleção Brasileira. Botafogo começa competição com três técnicos diferentes. Hoje o São Paulo fez companhia ao time carioca, pois demitiu Tiago Carpini, após a derrota para o Flamengo. Com duas trocas estão: Athetico Paranaense, Atlético Mineiro, Corinthians, Cuiabá e Cruzeiro. No Campeonato Brasileiro, Tiago Carpini é o primeiro ser demitido. Quem está impune no ano até agora são: Jair Ventura, Rogério Ceni, Cláudio Tencati, Pedro Caixinha, Tite, Diniz, Voyvoda, Renato Gaúcho, Coudett, Roger Machado, Ramon Diaz, Leo Condé e Abel Ferreira. Em média, apenas 6 treinadores começam e terminam o Campeonato.,