Por Oliveira Lima
Vergonha, vexame e humilhação! Esta é a maior definição do mais famoso jogo da história do futebol. Em 08 de julho de 2014, numa terça-feira, 17 h no Estádio Mineirão em Belo Horizonte, foi escrita a mais emblemática história do futebol em todos os tempos. E dificilmente teremos algo parecido futuramente. Brasil x Alemanha, uma das semifinais da Copa do Mundo de 2014, a segunda copa em solo brasileiro. Quem vencesse pegaria o vencedor de Argentina x Holanda, a outra semifinal.
Brasil chegou para o confronto vindo de uma fase de grupos, onde ficou em 1º do Grupo A, com 7 pontos ao lado do México,, mas com 3 gols de saldo a mais, vencendo a Croácia em Itaquera por 3×1, 0x0 México em no Castelão e 4×1 em Camarões no Mané Garrincha. Nas oitavas dobrou penosamente o Chile no Mineirão, nos penais depois de um empate de 1×1 no tempo normal e na prorrogação. Brasil se salvou no famoso lance do atacante Pinilla, que no final do jogo meteu uma bola no travessão de Júlio César, que ficou estático e torceu pra bola não entrar. Nos penais deu Brasil 3×2. Nas quartas, vitória dramática sobre a Colômbia no Castelão, jogo que tirou Neymar da Copa, num lance criminoso do volante Zuniga. Foi 2×1,com Davi Luiz salvando o Brasil.
Já os alemães jogaram no grupo D ,onde somaram também 7 pontos, vencendo Portugal por 4×0 na Fonte Nova; empate com Gana em 2×2 no Castelão e 1×0 nos EUA na Arena Pernambuco. Oitavas uma 2×1 dramático contra os argelinos no Beira-Rio. Drama também nas quartas num clássico europeu contra a França num jogaço no Maracanã por 1×0.
E chega o tal dia 08 de julho no Mineirão. E era apenas a segunda vez que Brasil x Alemanha se enfrentariam em Copa do Mundo. A primeira foi exatamente na final da Copa do Japão/Coreia do Sul em 2002, com o Brasil Pentacampeão do Mundo. Uma Alemanha bem arrumada por Joachim Low e um Brasil bagunçado de Luís Felipe Scolari. Mas Copa o Mundo é assim mesmo; é mata-mata e cada jogo é uma história muito diferente um do outro.
-Taticamente o grande erro do jogo foi Felipão ter mudado o time, entrando com Bernard, atacante do Galo, que é de BH, abrindo o meio-campo. Houve um documento chamado de “Relatório Gallo”, onde o ex-volante, um dos observadores da CBF, sugere ao técnico da Seleção, que povoasse o meio-campo, pois a Alemanha trabalhara até então com cinco homens no setor.
Esse foi o erro que determinou os 7×1 do lado tático. O emocional foi o Brasil não “parar” o jogo quando tomou o segundo gol anotado por Miroslave Klose aos 22 minutos do primeiro tempo. Não parou o jogo e tomou de forma incrível quatro gols em apenas 6 minutos sequenciais, algo inédito na história do futebol. Muller abre o placar aos 10 minutos. E vai tomar os tais quatro gols seguidos em seis minutos: Klose 22, Kroos 23 e 25 e Khedira aos 28, fechando o primeiro tempo em 5×0. Tudo isso fruto de um meio campo de cinco jogadores da Alemanha: Schweinsteiger, Khedira, Ozil, Kroos e Muller ,contra apenas dois brasileiros no setor: Fernandinho e Luiz Gustavo. O primeiro desta enxurrada de gols, marcado por Miroslave Klose, foi o seu 16º em Copa, desbancando Ronaldo Fenômeno, que fizera15. Ronaldo estava no Mineirão, comentando o jogo pela TV Globo, no estádio em que ele nasceu pro futebol, como jovem atacante do Cruzeiro.
Com o jogo já resolvido e a vaga na final na mão, a Alemanha descansa no segundo tempo, pensando na final do domingo seguinte. No intervalo, segundo o jornal norte-americano,, The Washington Post, Low pediu aos seus jogadores que “respeitassem a Seleção Brasileira”, que não brincassem em campo e passassem o tempo. Fez ainda mais dois gols com o reserva Schurle, aos 23 e 33 do segundo tempo. Dizem que o atacante na hora da fala do treinador estava no banheiro. Lembrando que Oscar vai fazer o chamado gol de honra do Brasil, aos 44 da etapa final, enervando o goleiro Manuel Neur. Final de jogo:7×1. Placar histórico, icônico que estarreceu o mundo inteiro, principalmente os 58.144 torcedores presentes ao Mineirão
Alemanha 7×1 Brasil, o maior jogo da história do futebol! Numa terça-feiraa 17 h em Belo Horizonte, no dia 8 de julho de 2014. Apitado pelo mexicano Marco Rodriguez, auxiliado por Marvin Torrentera e Marcos Quintero. |Apenas um cartão amarelo dado ao zagueiro Dante, que jogava na Alemanha, exatamente no Bayern de Munique, a base selecionado que seria campeão do mundo no final da semana.
BRASIL: Júlio César/ Maicon, Davi Luiz, Dante e Marcelo/ Luiz Gustavo e Fernandinho(Paulinho)/ Bernard, Oscar, Fred (Willian) e Hulk(Ramirez) Técnico: Luís Felipe Scolari.
ALEMANHA: Neuer/ Lahm, Boateng, Hummels (Mertesacker) e Howveds/Schweinsteiger, Khedira, Ozil , Kroos e Muller/ Klose(Schurrle). Técnico Joachim Low. Vencedores e perdedores, mas todos heróis num jogo que nunca mais será esquecido.