Por Oliveira Lima
Começou o mais difícil campeonato de clubes do mundo. O Brasileirão, com grandes times e grandes torcidas, mas também com grandes problemas. 20 clubes cada um com seus propósitos. Título, vagas à Libertadores e Sul-Americana e luta contra rebaixamento. Primeiro grande problema é mesmo o calendário, seguido de arbitragens ruins, times e treinadores pressionados, torcidas exigentes e sem a menor paciência e ninguém assumindo suas culpas.
CALENDARIO: TEMPO JOGADO FORA
Um calendário desumano propiciado por dirigentes incompetentes e interesse de TVs. Jogos em excesso, nível ruim. E já começa mal o ano esportivo, em que se rouba a metade do tempo disponível para a pré-temporada. Depois dos merecidos 30 dias férias, em duas semanas os jogadores já são obrigados a jogarem o fino da bola, senão a torcida crucifica. E tudo por conta dos campeonatos estaduais, que não valem nada e são um carma para os times grandes. Os estaduais ocupam três meses iniciais um tempo esportivo de dez meses. 1/3 do calendário jogado fora. Em sete meses, times se matam nas competições que interessam; Brasileirão, Libertadores, Sul-Americana e Copa do Brasil. Tudo encavalado e grandes times têm que abandonar algumas delas.
ARBITRAGEM RENOVADA JOGADA AS FERAS
Arbitragem no Brasil nunca foi de nível bom para ótimo. No máximo boa e na maioria ruim, abaixo do regular. E neste ano será pior, por um motivo; a CBF se vê na obrigação de renovar o seu quadro de árbitros. São jovens e são amadores. Apitam hoje a amanha trabalham nas suas profissões do dia-a-dia. Inexperientes, vão errar e muito. E o pior é que nem o VAR consegue salvá-los, pois falha também.
TREINADORES AGARRADOS AOS CARGOS E TIMES QUE NÃO TREINAM MAIS
Jogos a cada três dias e meio, com viagens longas, pois o Brasil é um país-continental. Nenhum time treina o que é preciso para melhorar seu nível de jogo: o futebol não evolui, por conta do cansaço. Lesões, desgaste físico e o emocional testado a todo momento pela “obrigação” de ter que ganhar, pressionados pela torcida. Jogadores atuam no limite físico e emocional: resultado é um futebol pobre apresentado por eles. Sem poder treinar e portanto sem perspectivas de melhoras, os treinadores jogam por resultado, pressionados pela torcida, tentando garantir seus empregos. Não há evolução. E pior: nem treinadores, nem jogadores e nem dirigentes assumem a culpa.
TORCEDORES PRESSIONANDO SEU PRÓPRIO TIME
Torcedores beirando ao fanatismo, querem vitória à todo custo, não importa como. O lema deles é: “tem que ganhar não quero nem saber”. São desumanos e atrapalham seus times. Se time não está bem, vaiam seus jogadores no aquecimento dos jogos. Jogadores erram um simples passe e já são execrados. Treinadores tentam acertar e não consegue já é “um burro”. Perdeu três jogos seguidos já está demitido. Torcedores destroem seus próprios times.
É nesse cenário de loucura que começa o campeonato brasileiro de 2024: pressão, despreparo, e tudo mais geram futebol ruim. Ao final da competição um sorri, o campeão. O vice é simplesmente o primeiro dos perdedores. Se em dezembro o campeão sente alívio e não alegria da conquista, imagine os demais dezenove.