São apenas duas rodadas no Campeonato Brasileiro da Série A e uma na Sul-Americana e mais uma rodada do Brasileirão da Série B, já são nítidas as sequelas dos campeonatos estaduais, que roubam 3 meses do nosso já enforcado calendário. As distâncias dos 12 grandes para os demais é gritante e sem medida. E pior ainda, enganosa.

Quem ganha os estaduais se acham perfeitos para encarar bem o Brasileirão, Copa Libertadores e Copa Sul-americana que serão jogados num espaço muito pequeno de tempo, 7 meses. Quem não ganha acha que pode dar certo na sequência das competições. As sequelas ficaram bem claras aqui em Minas Gerais: enganação, confirmação e ilusão.

GALO; ENGANAÇÃO
Sobrou no Estadual, mesmo iniciando com um time sub-20, com 3 empates, quando chegou o time principal, nadou de braçada, ganhando facilmente o hexa. Com isto se falou muito num time perfeito, virando do dia pra noite, um dos favoritaços pra ganhar tudo: Brasileirão, Copa do Brasil e Copa Sul-americana. Realmente tem um ótimo time, mas com quase nenhuma opção de banco. Quando alguém vai mal ou se machuca ou é preciso mudar o esquema, não existe saída. Conclusão é: apenas 1 ponto em 6 disputados no Brasileirão e um empate na abertura da Sula. Elenco é deficitário, confirmando a “enganação” provocada pela conquista do Mineiro.

AMERICA; CONFIRMAÇÃO
Time do ano passado, que ficou em 8º lugar no Brasileiro da Série B, longe do acesso, foi literalmente desmanchado no final do ano e o elenco montado em janeiro deste ano, só se classificou às semifinais porque o Athetic deixou escapar a vaga de forma absurda nas ultimas três rodadas da fase classificatória, que fora composta por apenas 8 rodadas. América só chegou às finais, porque seu goleiro Mateus Mendes fechou o gol nos dois jogos contra o Cruzeiro, inclusive pegando dois penais na disputa de tiros livres, após dois empates. Na final tomou um baile do Galo, nos 4×0 do primeiro jogo, que depois administrou o segundo jogo. Achou que estava ok no Brasileirão da B, mostrou futebol muito pobre na estreia contra o Botafogo de Ribeirão, embora vencesse de 1×0, confirmando que o time terá muitas dificuldades para o acesso.

CRUZEIRO; ILUSÃO
O time de Seabra que fechou o primeiro turno do Brasileirão do ano passado e que arrancou na Copa Sul-americana não contava com os primeiros reforços do novo dono do clube, Pedrinho BH. Aquele time simples, sem estrelas e com o treinador novato e sem grife, esteve na ponta do Brasileirão e eleito o melhor time do turno e Seabra, o treinador, eleito o melhor técnico da competição. Pedrinho contrata entre agosto de 24 até agora, exatamente 19 reforços, muitos de altíssimo nível, que ainda não deu liga, e troca de técnico por 4 vezes. Coube a Diniz desmoronar o time e a bomba sobrou pra Leonardo Jardim. Ao fim do Mineiro, a ilusão que poderia dar certo nas competições nacionais e na Sula. Até agora tudo não passou de uma grande ilusão.

Sendo assim, é só o começo das competições que valem à pena, mas é necessário não se deixar enganar, contrariar a confirmação e não se iludir. Campeonatos estaduais são traiçoeiros, que o diga o Mineiro.

Por Oliveira Lima