A administração de parte do Anel Rodoviário de Belo Horizonte foi oficialmente transferida do governo federal para a Prefeitura da capital nesta terça-feira (3). O termo de municipalização foi assinado em cerimônia com a presença de autoridades municipais, estaduais e federais, entre elas o ministro dos Transportes, Renan Filho, e o prefeito Álvaro Damião.
Com a mudança, a Prefeitura de Belo Horizonte passa a ser responsável por 22,4 dos 26,5 quilômetros da via, entre o bairro Olhos D’Água e a Avenida Cristiano Machado. Os 4,1 quilômetros restantes, no trecho entre a capital e Caeté, continuam sob responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), até a conclusão de obras em andamento.
A gestão municipal já anunciou alterações nas regras de circulação: a proposta é estabelecer limite máximo de velocidade em 70 km/h e instalar 40 novos radares ao longo da via. O objetivo, segundo a administração, é reduzir o número de acidentes, que somaram 4.336 registros apenas em 2024, o equivalente a uma média de 11,8 por dia. Entre janeiro e abril, essa média chegou a 12,2 ocorrências diárias, com aumento de 6% em relação ao mesmo período do ano anterior.
A municipalização, demandada desde a primeira gestão do ex-prefeito Alexandre Kalil, inclui ainda mudanças operacionais. A BHTrans e a Guarda Civil Municipal assumem o controle do trânsito, a manutenção da via e a resposta a acidentes, com apoio do Centro de Operações da Prefeitura. A Superintendência de Limpeza Urbana passa a cuidar da limpeza e capina do entorno.
Além da transferência de gestão, foram anunciados investimentos de R$ 110 milhões. Deste total, R$ 50 milhões já estão sendo aplicados pelo Dnit em serviços de recapeamento e sinalização. Os R$ 60 milhões restantes virão do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e serão usados pela Prefeitura em obras de viadutos e alças de acesso.
Construído na década de 1950 para desviar o tráfego pesado do centro da capital, o Anel Rodoviário se tornou uma das principais vias da Região Metropolitana e conecta as BRs 040, 262 e 381. O crescimento urbano ao redor da rodovia e a sobrecarga de veículos contribuíram para o aumento da insegurança no trecho, o que levou à decisão de transferir parte da gestão para o município.Ferramentas