O maior programa de regularização fundiária da história de Contagem, o “Casa Minha”, chegou ao Complexo Liberdade, na região de Vargem das Flores. Cerca de 1.050 famílias dos bairros Liberdade I (A e B), Liberdade II, Alameda dos Coqueiros e Ocupação Nelson Mandela terão a escritura definitiva de seus imóveis. Durante assembleia, realizada na terça-feira (12/3), no Liberdade II, várias famílias beneficiadas e lideranças comunitárias acompanharam a reunião junto com representantes do governo municipal e os técnicos que vão realizar o processo de regularização das propriedades.
A prefeita Marília Campos reafirmou seu compromisso de trabalhar para garantir o bem-estar da comunidade e ratificou a importância da luta dos moradores pela moradia digna. “Eu estou muito feliz de estar aqui, esta noite, pois estamos dando início a um duplo processo de melhoria das condições de vida neste local, que são a titulação definitiva dos imóveis e as intervenções que vão permitir a chegada da energia elétrica em todas as residências e o saneamento básico, dos quais dependem todas as outras intervenções que pretendemos fazer aqui”, afirmou.
“Esta comunidade lutou muito para alcançar esta conquista,
a regularização vai permitir que tanto a Prefeitura,
quanto os governos estadual e federal,
ampliem a oferta de vários serviços aos moradores,
além de trazer mais progresso para região.”
Prefeita Marília Campos
Foto: Adelcio Ramos/PMC
O secretário de Obras e Serviços Urbanos, Rômulo Perilli, deu, ainda, uma boa notícia para os moradores: será elaborada uma planta do terreno, com informações detalhadas da área delimitada (planta planialtimétrica), para fins de estudo e planejamento, que vão servir de base para elaboração do projeto para a localidade. O primeiro resultado prático será a solicitação à Cemig da extensão da rede de energia elétrica para todo o complexo, e à Copasa, a implantação da rede de esgoto, que atualmente não é canalizado. “Em cerca de dez meses estaremos com tudo pronto e, a partir daí, várias benfeitorias irão chegar”, disse.
Projeto
O Complexo Liberdade é uma das 27 Zonas de Interesse Social (Zeis) que estão incluídas no Programa “Casa Minha”, lançado em agosto de 2023, e que está regularizando 11.880 imóveis, beneficiando cerca de 60 mil pessoas. Além do Complexo Liberdade, em março, a Prefeitura iniciou o processo de regularização dos Conjuntos Morada Nova, Águia Dourada e Retiro dos Sonhos, totalizando mais de 2.000 famílias atendidas. No Conjunto Cândida Ferreira, a regularização foi finalizada e as 48 famílias reassentadas já estão de posse das escrituras definitivas de suas casas.
Estão incluídas nesta etapa do projeto, ainda, as vilas 18º, Riachinho, Paris, Epa, Perobas II; Aglomerado Boa Vista e Buraco da Coruja, e os bairros Milanez, Secóia, Perobas e Nascentes Imperiais; e os conjuntos residenciais Santa Edwiges, Parque Maracanã, Cidade Industrial, Recanto do Amanhecer, Vitória, Comunidade dos Arturos e Itália.
O casal de aposentados Judith Ramaldes, 65, e Altair Gomes, 56, está no Liberdade desde 2004. A aposentada disse não “ver a hora” de ter a posse definitiva do seu imóvel: ”Já me aposentei e, agora, quero viver sossegada na minha própria casa, com a escritura na mão”.
Já a manicure Kátia Prado, 43, vive com o marido e quatro filhos na Ocupação Nelson Mandela, há cinco anos, e revelou sua alegria em participar da assembleia. “Esse é o primeiro passo e, depois disso, é colaborar com os técnicos para que tudo fique pronto o mais rápido possível”, afirmou.
O casal de aposentados, Judith Ramaldes e Altair Gomes, e a manicure, Katia Prado, moradores da região, disseram estar satisfeitos e felizes
com os resultados apresentados na reunião. Fotos: Adelcio Ramos/PMC
Participação popular
Os bairros que compõem o Complexo Liberdade foram formados no início dos anos 2.000, quando o local era uma fazenda, que foi desmembrada por particulares em pequenos lotes, sem nenhuma infraestrutura.
No Liberdade I (A e B) e Liberdade II vivem a maioria das famílias. Já a Alameda dos Coqueiros e a Ocupação Nelson Mandela têm formação mais recente e abrigam cerca de cem famílias cada. A população da região tem reivindicado melhorias na região desde o início do povoamento e, de acordo com os líderes comunitários presentes à reunião, somente a atual gestão municipal tem atendido aos pedidos.
O “Casa Minha” é todo baseado na organização popular e, por isso, acontecem assembleias e a participação ativa dos moradores, incluindo quem faz parte do Conselho Comunitário da região. Uma dessas conselheiras, Ivânia Rocha, estava emocionada com a perspectiva de ser dona formal da casa onde mora: ”A nossa luta é antiga, mas está valendo à pena porque essa gestão governa com o povo e para o povo”.
Natália Couto, também conselheira, é conhecedora da história da região, já que sua mãe reside ali há cerca de 20 anos. Recentemente Natália se mudou com o filho para outro local, onde construiu sua casa e aguarda a tão sonhada escritura. ”Parece um sonho que vai se tornar realidade”, falou.
Participaram da reunião a secretária de Desenvolvimento Urbano e Habitação, Mônica Cadaval; a subsecretária de Habitação, Tânia Maria; o administrador da Regional Vargem das Flores, Wander Batista; além dos vereadores Zé Antônio e Moara Sabóia.
CLIQUE AQUI e acesse a galeria de fotos. Fotógrafo: Adelcio Ramos/PMC