A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) criticou o reajuste das tarifas de transporte público em Belo Horizonte e na Região Metropolitana, que entra em vigor em janeiro de 2026. Para a entidade, o aumento é excessivo e não reflete a evolução recente de indicadores como a inflação e o preço do óleo diesel.
Os novos valores foram oficializados pela prefeitura de Belo Horizonte e pelo governo do estado. Na capital, a passagem do sistema convencional passará de R$ 5,75 para R$ 6,25 – um aumento de 8,7%. As linhas circulares e alimentadoras subirão de R$ 5,50 para R$ 6,00, e as tarifas do transporte suplementar também terão ajustes. Na região metropolitana, o reajuste será de 8,93%, valendo a partir de 9 de janeiro.
A Fiemg argumenta que o percentual supera a inflação registrada na Região Metropolitana de Belo Horizonte, que ficou em 3,81% nos 12 meses até novembro. No mesmo período, o preço do óleo diesel, insumo essencial para o setor, subiu apenas 1,61%. “A elevação das tarifas é bem superior à alta geral do custo de vida e não se justifica pelos custos recentes”, afirmou a federação.
A entidade também alerta para o efeito acumulado dos reajustes. Considerando as altas desde meados de 2023, o aumento total nas tarifas estruturais do transporte convencional se aproximará de 40% no início de 2026.
Além do impacto no orçamento das famílias, especialmente das mais pobres, a Fiemg ressalta que parte do custo é absorvida pelos empregadores por meio do vale-transporte, o que pode pressionar preços e até gerar desemprego.
Em resposta, a prefeitura de Belo Horizonte informou que o reajuste anual está previsto em lei e segue a metodologia da Associação Nacional dos Transportes Públicos (ANTP), levando em conta custos como combustível, pessoal, manutenção e tributos. A administração municipal destacou que manteve o aumento em R$ 0,50, mesmo valor do ano anterior, e que parte do custo continua sendo subsidiada. “Sem esse aporte, o valor real da tarifa seria de R$ 10,30”, afirmou.






