Hospitais que atendem exclusivamente pelo SUS em Belo Horizonte alertam para uma crise financeira causada por atrasos nos repasses da prefeitura. Segundo os gestores, a inadimplência municipal chega a R$ 50 milhões e pode atingir R$ 70 milhões até o fim do mês, comprometendo a compra de insumos, o pagamento de salários e a assistência aos pacientes.
A denúncia foi feita em entrevista coletiva nesta terça-feira (23) por representantes da Santa Casa, Associação Mário Penna, Hospital Sofia Feldman, Hospital da Baleia, Hospital São Francisco e Hospital Universitário Ciências Médicas. Juntos, eles são responsáveis por mais de 70% dos tratamentos de alta complexidade na capital.
De acordo com os diretores, a prefeitura estaria utilizando recursos enviados pelo Ministério da Saúde para quitar dívidas antigas, empurrando parcelas futuras – prática conhecida como “pedalada”. Algumas unidades já precisaram contrair empréstimos para pagar o 13º salário de seus funcionários.
“Estamos no limite, usando recursos reservados para investimento. Se continuar assim, teremos dificuldade até com a folha de pagamento”, alertou Fabio Patrus, diretor-executivo do Hospital da Baleia.
Os hospitais enviaram uma notificação extrajudicial à prefeitura exigindo o repasse imediato dos valores contratados. A advogada Kátia Rocha, presidente da Federassantas, declarou que, se não houver solução administrativa, buscarão o Ministério Público e o Judiciário.
Em nota, a prefeitura negou a prática de “pedalada” e afirmou que atua dentro dos marcos legais, realizando repasses conforme a disponibilidade de caixa. A administração municipal também destacou que atrasos nos repasses da União e do estado impactam diretamente seu fluxo financeiro.








