O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) vetou a Prefeitura de Diamantina, no Vale do Jequitinhonha, de asfaltar ruas no centro histórico da cidade, tombado como Patrimônio Mundial pela UNESCO.
O parecer técnico do órgão, assinado pela arquiteta Liliane de Castro Vieira, destaca que a substituição do calçamento original por asfalto alteraria características essenciais do conjunto urbano, classificado como de “valor artístico excepcional”.
A decisão proíbe a troca de pedras por asfalto na rua Vicente Figueiredo, integralmente protegida, e limita intervenções na rua do Bicame a um trecho específico.
Prefeito de Diamantina diz que respeitou restrições
O prefeito Geferson Burgarelli (PSB) afirmou que o município respeitou as restrições, realizando obras apenas em áreas autorizadas. Ele anunciou a realização de uma audiência pública com o Ministério Público e a Câmara Municipal para discutir soluções que equilibrem mobilidade e preservação.
Burgarelli defendeu o asfaltamento como necessário para melhorar o tráfego, citando que a prática ocorre “há anos” na cidade. O Iphan, no entanto, alertou que a falta de sistema de drenagem adequado torna o calçamento de pedras mais recomendável, já que o asfalto pode agravar enchentes. O prefeito rebateu, explicando que a gestão busca redirecionar parte das águas pluviais para evitar alagamentos, mas reconheceu limitações na infraestrutura local.
Questionado sobre o risco de Diamantina perder o título da UNESCO, Burgarelli negou a possibilidade: “Todas as intervenções foram documentadas e seguiram regras. Não há hipótese de perder o status”. O impasse reflete o desafio de conciliar modernização urbana e conservação histórica em cidades patrimoniais.
Acompanhe as notícias de BH e Minas Gerais em tempo real no nosso grupo de WhatsApp, clicando aqui neste link.