O motorista Arilton Bastos Alves, que conduzia a carreta envolvida na trágica colisão com um ônibus, que resultou na morte de 39 pessoas na BR-116, em Teófilo Otoni, na região do Vale do Mucuri, Minas Gerais, continuará preso. Essa decisão foi tomada após a primeira audiência de instrução, realizada na quarta-feira (25).
O juiz Danilo Mello optou por manter a prisão preventiva de Arilton, negando o pedido de liberdade apresentado pela defesa. O réu está detido desde março e, de acordo com o juiz, representa um perigo à segurança no trânsito, especialmente após a confirmação do uso de substâncias ilícitas e álcool, além de estar dirigindo com a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) vencida.
Na audiência inicial, foram ouvidas seis testemunhas, incluindo Gilberto Tameirão, um morador nas proximidades da BR-116, que participou do resgate das vítimas. Também depuseram três policiais civis: um delegado, um investigador e um perito, que apontaram a velocidade excessiva e o excesso de peso da carga como fatores determinantes para o acidente.
A promotora de Justiça Jarlene Monteiro, representando o Ministério Público, explicou os crimes pelos quais Arilton e o proprietário da empresa serão responsabilizados. O juiz Danilo Mello agendou a continuidade da audiência para os dias 14, 15 e 16 de julho, após os quais será definido o júri popular.
De acordo com informações da Polícia Civil, a tragédia foi ocasionada pelo excesso de peso da carga de granito, que totalizava 103 toneladas, ultrapassando em mais de 70% a capacidade do semirreboque. A carga se soltou e colidiu com o ônibus da empresa Emtram, que logo em seguida pegou fogo. A perícia também verificou que o ônibus estava viajando a mais de 90 km/h no momento do acidente, enquanto o limite de velocidade na via é de 80 km/h. Dos 45 passageiros que estavam no ônibus, 39 perderam a vida no trágico evento, que tinha como origem a cidade de São Paulo e destino três localidades na Bahia.