Por Oliveira Lima
Uma Seleção Brasileira em crise, sem identidade, questionada e dada como zebra. Exatamente o cenário que o técnico estreante Dorival Jr mais gosta: sair da condição de desacreditado para vencer. E tudo isso aconteceu nesta data-FIFA, em solo inglês, no lendário estádio de Wembley. Com gol do jovem Endrick, pertencente ao Palmeiras, mas já vendido ao Real Madrid, Brasil venceu a Inglaterra em Londres. E para variar, Dorival Jr quebrou todos os recordes colocados à mesa.
O jogo e a vitória brasileira encantaram a imprensa local, que classificou Dorival Jr como “um mágico”. E foi como um mágico que o treinador estreante no comando da Seleção Brasileira quebrou uma série de recordes neste confronto. O primeiro deles é que Dorival Jr, paulista de Araraquara, que vai completar daqui um mês, 62 anos, ex-volante por 16 anos, mas que jogou apenas em dois times grandes, Palmeiras e Grêmio e se tornou técnico em 2002 no time da sua cidade, a Ferroviária, teve como marca: Sempre começa vencendo.
E não só isto: geralmente pega times em crise e resolve de cara, logo no primeiro jogo e na primeira competição. Sem a espinha dorsal da Seleção dos seus últimos anos(Allison, Ederson, Marquinhos, Casemiro e Neymar) e com muitos jovens, Brasil venceu a Inglaterra em Londres, depois de 29 anos. Dorival foi apenas o 3º treinador brasileiro a vencer os ingleses no templo de Wembley, depois de Tele Santana e Zagalo. Brasil não vencia há 4 jogos e a Inglaterra não perdia há 10 partidas. E pela primeira vez um treinador brasileiro ganha na estreia contra seleção campeã do mundo.
Nunca uma seleção brasileira havia vencido na Europaa,com tantos estreantes em campo. Dorival colocou para jogar o jovem Endrick e ele se tornou o 4º jogador mais jovem a marcar com a camisa da Seleção Brasileira, com seus 17 anos 8 meses e 6 dias, ultrapassando o ex-atacante Coutinho lá em 1961, ficando atrás apenas de Pelé em 1957, Edu 1966 e Ronaldo em 1994.
E para os que acreditam em tudo, os supersticiosos, um grande detalhe: a última vez que um técnico paulista de nascimento, que deixou o comando do São Paulo Futebol Clube, para assumir a seleção, acabou campeão do mundo; Vicente Feola em 1958.