Nesta sexta-feira (3), o Ministério da Saúde divulgou que o Brasil já contabiliza 113 casos suspeitos de intoxicação por metanol, sendo que 11 deles foram confirmados por meio de testes laboratoriais e 102 permanecem em investigação. Novas ocorrências foram registradas nos estados da Bahia, Paraná e Mato Grosso do Sul, além das áreas já afetadas como São Paulo, Distrito Federal e Pernambuco. Até o momento, 12 mortes estão relacionadas a esses casos, incluindo uma confirmação em São Paulo.
A Polícia Federal está realizando operações em São Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina para desmantelar fábricas clandestinas que produzem bebidas adulteradas com metanol. Segundo o Ministério da Saúde, mais de 90% dos casos estão concentrados em São Paulo, o que levou as autoridades de saúde a emitirem um alerta em todo o Brasil. Para coordenar as ações e monitorar a situação, foi criada uma Sala de Situação, que permanecerá em atividade enquanto houver riscos à saúde pública.
Para enfrentar essa crise, o Ministério da Saúde comprou, inicialmente, 4.300 ampolas de etanol farmacêutico, que é o antídoto contra a intoxicação por metanol, e está em processo de aquisição de mais 150 mil ampolas para o Sistema Único de Saúde. Além disso, o ministério está buscando apoio internacional para obter fomepizol, um medicamento vital, mas escasso, para o tratamento de envenenamentos. Doações foram solicitadas a agências reguladoras e instituições de países como Índia, Estados Unidos e Portugal, além da Organização Pan-Americana da Saúde.
A Polícia Federal continua a coordenar operações visando o fechamento de fábricas clandestinas em São Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina, com o objetivo de desmantelar a rede criminosa que abastece o mercado ilegal de bebidas adulteradas. Amostras estão sendo coletadas para análise, em parceria com outros órgãos estaduais e federais, visando responsabilizar os envolvidos.
O Ministério da Saúde enfatiza a importância de que estados e municípios notifiquem imediatamente todos os casos suspeitos, fortalecendo a vigilância epidemiológica para respostas rápidas. A principal recomendação para a população é evitar consumir bebidas de origem duvidosa e buscar atendimento médico imediato se apresentarem sintomas como embriaguez persistente, desconforto gástrico e alterações visuais até 24 horas após o consumo.
A Sala de Situação, que monitora a evolução dos casos, conta com representantes dos ministérios da Saúde, Justiça, Segurança Pública, Agricultura, além de conselhos nacionais de saúde e vigilância sanitária. A crise de intoxicação por metanol no Brasil é tratada como uma emergência, com esforços coordenados entre o sistema de saúde, forças de segurança e órgãos reguladores para prevenir novas fatalidades e mitigar os riscos à população. Espera-se que os próximos resultados laboratoriais, incluindo a identificação da origem do metanol, ajudem as autoridades a definir as etapas seguintes das investigações e ações preventivas.