Estela Marins, mãe da publicitária brasileira Juliana Marins, que perdeu a vida após uma queda em um penhasco no Monte Rinjani, na Indonésia, quebrou o silêncio para compartilhar sua profunda tristeza e indignação pela perda de sua filha. Com o coração apertado, ela afirmou que a jovem foi alvo de um crime. “É uma revolta imensa. Esses indivíduos tiraram a vida da minha filha”, declarou Estela em uma entrevista para o programa Fantástico, da TV Globo.
Imagens inéditas revelaram as primeiras tentativas de resgate da publicitária de 26 anos. O vídeo, gravado pelo guia que acompanhava Juliana, mostrava a lanterna do capacete da jovem ainda acesa. De acordo com o pai, Manoel Marins, a queda aconteceu por volta das 4h do sábado (21/6), mas as filmagens foram feitas às 6h08, quando o guia enviou o vídeo ao seu superior. No registro, ele comenta: “Ela caiu em um penhasco”.
Após o envio, conforme relato do pai de Juliana, o parque mobilizou uma equipe de primeiros socorros que começou a subir a montanha às 8h30. Contudo, a equipe somente chegou ao local do acidente às 14h. As imagens apresentadas pelo Fantástico mostram o guia tentando alcançar a jovem apenas com uma corda.
A primeira tentativa de resgate, segundo Manoel, foi feita de maneira inadequada, com o guia descendo sem ancoragem, apenas com a corda presa à cintura. Posteriormente, a Defesa Civil da Indonésia (Basarnas) foi chamada e chegou ao local por volta das 19h. Juliana foi encontrada sem vida três dias após a queda.
O laudo divulgado na última sexta-feira (27/6) apontou que a causa da morte foi uma hemorragia interna decorrente de uma lesão no tórax, ocorrida entre 12 e 24 horas antes da remoção do corpo, que aconteceu na manhã de quarta-feira. Juliana estava sozinha no momento da queda e se encontrava em uma área de risco. As autoridades locais suspenderam temporariamente o acesso à trilha para facilitar as operações de resgate, reabrindo a rota apenas no sábado (28/6).
A família de Juliana, que foi encontrada sem vida quatro dias após a queda em uma trilha na ilha de Lombok, próximo à borda do vulcão Rinjani, anunciou por meio das redes sociais que acionou a Defensoria Pública da União (DPU-RJ), com o apoio da Prefeitura de Niterói (RJ), para solicitar à Justiça Federal uma nova autópsia do corpo da brasileira. “Confiamos na justiça do Brasil e aguardamos uma resposta positiva em breve”, escreveu a irmã de Juliana, Mariana Marins.
Em meio à dor, a família encara dificuldades no processo de repatriação do corpo. A falta de previsão para o traslado é atribuída a mudanças nos voos que deveriam trazer os restos mortais para o Galeão na noite anterior. Mariana utilizou as redes sociais para pressionar a companhia aérea Emirates em relação ao atraso no transporte, afirmando que os restos mortais não foram embarcados devido à alegação de superlotação no bagageiro.