Marcio dos Santos Nepomuceno, mais conhecido como Marcinho VP, está prestes a apresentar sua mais recente obra literária. Intitulada A Cor da Lei, o livro será revelado neste sábado (12/7) no Complexo do Alemão, região onde ele exerceu a liderança do tráfico na década de 1990.
Para Marcinho, essa publicação simboliza um novo começo em sua trajetória, após quase 30 anos cumprindo pena por seu envolvimento em atividades relacionadas ao tráfico de drogas e homicídios. Ele possui um extenso histórico criminal e é considerado um dos indivíduos mais temidos do Brasil.
“Passei anos encarcerado, perdi muito tempo, perdi meus filhos e diversas oportunidades. Contudo, em meio a tudo isso, descobri uma força que jamais imaginei ter. Comecei a escrever, compor e estudar, tudo para me tornar uma pessoa melhor”, revelou ele por meio de sua assessoria.
Marcinho também abordou os obstáculos da reintegração social após tanto tempo na prisão: “Apesar de todas as mudanças e do meu esforço, noto que ninguém realmente deseja conhecer o Marcio e perceber que posso e quero recomeçar minha vida do zero”.
“Não me oferecem a oportunidade de provar que realmente mudei. Fala-se muito sobre ressocialização e chances, mas, na prática, o que percebo são olhares de reprovação, como se a única alternativa fosse pagar pelos erros e ser lembrado como alguém sem salvação. Eu mudei por minha família, por minha verdade e pelos ensinamentos que adquiri ao longo da vida”, finalizou.
Em A Cor da Lei, o ex-traficante constrói uma narrativa ambientada no Rio de Janeiro, onde a cidade é comparada a um tabuleiro de xadrez, e seus personagens se assemelham a peças movidas por justiça, ambição e desigualdade.
Conforme a sinopse, a história se desenrola por becos, tribunais e os contrastes da metrópole, revelando relatos repletos de superação, quedas e dilemas morais em um sistema judicial que frequentemente falha.
Marcinho VP nasceu em Vigário Geral, na zona norte do Rio de Janeiro, e, na infância, mudou-se com a família para São João de Meriti, na Baixada Fluminense. Na década de 1990, tornou-se o líder do tráfico no Complexo do Alemão, um ponto estratégico para o Comando Vermelho na zona norte carioca.
Ele está preso desde agosto de 1996, quando tinha apenas 26 anos. Em 2007, foi um dos 12 detentos transferidos do Complexo de Bangu, no Rio de Janeiro, para a Penitenciária Federal de Catanduvas, no Paraná. Naquele momento, Marcinho foi apontado como um dos responsáveis por planejar ataques a prédios públicos e a um ônibus de turistas.
Recentemente, foi transferido para a Penitenciária Federal de Campo Grande. Marcinho VP cumpre uma pena de 37 anos por homicídio e associação ao tráfico, e atualmente divide a liderança do Comando Vermelho com Fernandinho Beira-Mar, também encarcerado no sistema penitenciário federal. Além disso, ele é pai do rapper Oruam, nascido em 2001.
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