Pesquisadores da Universidade de Columbia desenvolveram uma vacina revolucionária que utiliza células bacterianas modificadas para “educar” o sistema imunológico a atacar e destruir células cancerígenas. Essa abordagem inovadora, testada em camundongos com câncer colorretal avançado e melanoma, promete abrir caminho para uma nova classe de vacinas contra o câncer, especialmente em casos de tumores sólidos avançados.
A tecnologia aproveita a capacidade natural das bactérias de identificar e direcionar tumores, tornando possível personalizar o tratamento para cada paciente, combatendo tanto tumores primários quanto metástases e prevenindo recorrências. No estudo publicado na revista Nature, os camundongos tratados com a vacina tiveram uma resposta imune robusta, que suprimiu o crescimento de tumores sem prejudicar as células saudáveis, aumentando a sobrevida dos animais.
Nicholas Arpaia, professor da Universidade de Columbia, explicou que o câncer possui mutações genéticas específicas que tornam suas células distintas das saudáveis. A vacina é programada para identificar essas mutações e direcionar o sistema imunológico a atacá-las. Essa abordagem permite uma concentração precisa de medicamentos no tumor, evitando efeitos colaterais sistêmicos.
Embora os testes ainda estejam na fase pré-clínica, os pesquisadores estão otimistas sobre o potencial de aplicação em humanos. O próximo passo seria sequenciar o câncer de cada paciente para identificar suas mutações e, em seguida, programar bactérias para atacá-las, criando uma vacina personalizada em pouco tempo.