Por Oliveira Lima
A estreia de Carlo Ancelotti à frente da Seleção Brasileira, diante do Equador, decepcionou a todos. Não Ancelotti, mas sim o futebol da seleção, que vem mal à muitos anos. Há 24 anos sem ganhar uma Copa e o que é pior: jogando mal. Aquele futebol bem armado por Felipão em 2002 e com craques como Fenômeno, Rivaldo e Ronaldinho Gaúcho, nunca mais apareceu. Seleção de Parreira na Alemanha em 2006 era uma bagunça, embora recheada de craques. Dunga não soube segurar a Holanda na África do Sul em 2010 e os dois ciclos de Tite na Era Neymar em 2018 na Rússia e 2022 no Catar não existiram.
Não temos mais os gênios que sempre decidiram as Copas: Pelé, Garrincha, Romário e Ronaldo Fenômeno. Ficamos nas mãos de Neymar, nosso útimo gênio, que fracassou por lesões e principalmente pela má conduta fora de campo. Ronaldo Fenômeno recebeu um diagnóstico de um médico frances, um ano e meio antes da Copa de 2002, que talvez nem sequer pudesse “andar” direito após grave lesão sofrida na Inter de Milão. Já Neymar não teve Ronaldo como exemplo.
Se com Tite foi tudo muito ruim nas últimas duas Copas, o legado deixado à Carlo Ancelotti é praticamente zero. É o pior cenário possível. A CBF jogou fora dois anos e meio, tendo praticamente três treinadores interinos, à espera do italiano. O ex-técnico do Real Madrid terá que consertar tudo em um ano. Terá mais três jogos das Eliminatórias, o da próxima terça-feira diante do Paraguai em São Paulo e em setembro, diante do Chile e Bolívia. Ano que vem mais dois amistosos até o mês de junho, quando começa a Copa.
E o trabalho de Ancelotti já deu frutos logo no primeiro jogo. O time não tomou gol, o que vinha acontecendo nos últimos quatro jogos. No esquema de 4-1-4-1, fortificou a defesa sob a proteção de Casemiro. Próximos passos são mais difíceis: ajustar o meio e o ataque. Claro que a esperança tem espelho: o time do Real Madrid, com o qual o treinador do Brasil de agora ganhou tudo até o ano passado. O presente é assustador, como frisou um jornal argentino: “Ancelotti tem um problema e é muito sério”. O Marca, da Espanha, afirmou que “O Brasil não é nem sombra do que foi”. Mas o futuro é esperançoso na capacidade que Ancelotti tem de consertar um time, como sempre fez no Real Madrid.