A Justiça determinou a internação por até três anos de dois adolescentes de 14 anos pelo assassinato da colega de sala Melissa Campos, em Uberaba, ocorrido em 8 de maio em um colégio particular. A sentença do juiz Marcelo Geraldo Lemos foi publicada na última sexta-feira (13).
De acordo com a Polícia Militar e o Colégio Livre Aprender, a vítima estava em sala de aula quando o rapaz se aproximou, entregou uma folha com algo escrito e, em seguida, sacou a tesoura e a golpeou três vezes.
Um professor, que é estudante do 10º período de Medicina, prestou os primeiros socorros até a chegada do Samu, junto com o pai da menina. A equipe médica tentou reanimar a vítima, mas ela morreu no local.
Ao ser abordado pela polícia, o adolescente não reagiu e foi levado à delegacia de plantão, acompanhado do pai. Ele informou que havia deixado a tesoura cravada em uma árvore, onde os agentes localizaram e apreenderam o objeto. Dias depois, o segundo acusado foi apreendido.
O Ministério Público confirmou que o executor confessou motivação por inveja da “felicidade da vítima”. Imagens de segurança e perícias comprovaram a dinâmica do crime. Foram descartados bullying ou misoginia.
A medida socioeducativa é a mais severa prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente. A liberação dependerá de comprovação de ressocialização ao fim do prazo. Detalhes adicionais permanecem sob sigilo judicial.
Crime em Uberaba foi premeditado
A Polícia Civil apurou que o crime foi planejado com a ajuda de outro colega de turma, também de 14 anos. Os dois sentavam perto de Melissa e, no dia do ataque, definiram que ela seria a vítima. O autor levou a arma escondida na mochila e seguiu um plano de fuga preestabelecido. Um caderno com anotações sobre o assassinato foi apreendido, mas não há indícios de lista de alvos ou plano de massacre.
Investigadores descartaram bullying como motivação. Melissa era descrita como aluna exemplar, premiada e de boa convivência. A relação entre ela e o autor era antiga, sem vínculo afetivo.
Ambos os adolescentes foram indiciados por ato infracional análogo a homicídio triplamente qualificado (motivo fútil, meio cruel e impossibilidade de defesa). Eles estão sob custódia e aguardam audiência. O caso chocou a cidade e segue sob investigação.
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