Um motorista de aplicativo de 26 anos, suspeito de estuprar uma jovem de 19 anos em Belo Horizonte no dia 15 de agosto, afirmou que a vítima teria sugerido um programa sexual como forma de pagar a corrida. A alegação foi feita durante o depoimento do suspeito, mas não encontra respaldo nas investigações e testemunhas do crime.
Segundo a Polícia Civil de Minas Gerais, que divulgou a conclusão do inquérito nesta sexta-feira (23), o crime ocorreu após o homem encontrar a vítima na Praça Sete, no centro de Belo Horizonte. Ela estava vendendo balas quando foi abordada pelo motorista, que lhe ofereceu uma corrida. Em seguida, ele a levou para um local isolado, onde a teria ameaçado de morte e cometido o estupro.
A delegada Larissa Mascotte, responsável pela investigação, refutou a versão do suspeito, destacando que os elementos colhidos no inquérito contradizem suas alegações. Testemunhas relataram que a vítima foi encontrada tremendo e chorando, e que foi deixada pelo suspeito em um local diferente do destino inicial, ainda nua, o que não condiz com a narrativa de um acordo consensual. O homem foi indiciado por estupro, crime cuja pena varia de 6 a 10 anos de prisão.
As investigações apontam que o suspeito pode ter feito outra vítima na região da Praça Sete. A Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente conduz um inquérito em que uma menina de 14 anos relata ter sido abusada pelo mesmo homem de maneira semelhante. De acordo com a delegada responsável, a adolescente também foi abordada na Praça Sete e levada a um local isolado, onde o suspeito teria consumado o estupro de vulnerável. A investigação desse caso corre em sigilo.
Ainda segundo a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), o homem trabalha como motorista de aplicativo, mas no momento do crime não estava conectado a nenhuma das três plataformas que utiliza. A PCMG solicitou informações às empresas para verificar a situação do suspeito como motorista parceiro. Uma das plataformas informou que ele está bloqueado, outra não atualizou seu status, e a terceira não respondeu. A polícia não divulgou os nomes das empresas envolvidas, citando a Lei de Abuso de Autoridade.