Uma câmera de segurança mostra o carro do empresário Renê da Silva Nogueira Júnior, de 47 anos, acusado de matar o gari Laudemir de Souza Fernandes, de 44 anos, em BH. Imagens cedidas pela Band Minas à reportagem mostram o veículo BYD acessando a rua Jequitibá, no bairro Vista Alegre, onde estava o caminhão de lixo em que a vítima trabalhava. (veja no fim da matéria)
Momentos depois, o BYD executa uma manobra de ré brusca. Dois colegas correm em direção à rua Modestina de Souza, onde Laudemir aparece caindo ao chão com as mãos no abdômen após ser atingido pelo tiro fatal.
Testemunhas confirmaram à polícia que Renê Júnior, irritado com o caminhão de lixo estacionado durante a coleta, primeiro ameaçou a motorista dizendo “atirarei na sua cara” com uma arma. Quando os garis interviram pedindo calma, ele desceu do veículo e efetuou o disparo que atingiu Laudemir no tórax. Ele chegou a ser encaminhado para o Hospital Santa Rita, mas não resistiu.
O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico-Legal de BH para exames e posteriormente liberado à família. O velório ocorreu na Igreja Quadrangular no bairro Nova Contagem, reuniu apelos por justiça na manhã de terça-feira (12).
As imagens reforçam a versão das testemunhas e serão fundamentais no inquérito por homicídio qualificado. Renê continua no Ceresp Gameleira após a Justiça manter a prisão em audiência de custódia nesta quarta-feira (13). O Ministério Público afirma que o empresário teve um comportamento “agressivo, destemperado e desproporcional”.
O que se sabe sobre o empresário que matou gari em BH?
De acordo com registros judiciais, Renê foi condenado por homicídio culposo em 2011, após um acidente de trânsito no bairro Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio. Na ocasião, ele dirigia em alta velocidade e atropelou uma mulher de 50 anos, que não resistiu aos ferimentos. O caso foi registrado como acidente, mas resultou em condenação pelo crime.
Também no RJ, o empresário foi preso por violência doméstica 2003, quando agrediu a ex-esposa com duas vassouradas durante uma discussão na casa onde moravam, em Belford Roxo, na baixada. No depoimento, ele admitiu as agressões, alegando que perdeu o controle emocional. Além disso, há registros de crimes de extorsão e perseguição cometidos no Rio de Janeiro e em São Paulo.
Renê é casado com a delegada Ana Paula Babino, da Polícia Civil de Minas Gerais. Em depoimento, ele disse que a arma é de propriedade dela, sendo apreendida pela perícia logo depois.
Ainda na delegacia, ele disse que seguiu a rotina do dia-a-dia ao sair de sua casa em Nova Lima às 8h07 rumo ao trabalho em Betim, na Grande BH, onde é diretor de uma empresa de alimentos saudáveis. Em seguida, ele almoçou, passeou com os cachorros e foi à academia de alto padrão no bairro Estoril, na capital, por volta das 16h, até ser preso. Em nenhum momento, o homem teria assumido a autoria do crime, fato contestado pelas imagens.
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