Uma menina de 3 anos morreu na noite desta quinta-feira (2), no bairro Paulo VI, na região Nordeste de Belo Horizonte, após suspeita de intoxicação por chumbinho, um veneno clandestino frequentemente utilizado como raticida. A Polícia Civil investigará o caso para determinar as circunstâncias e a causa da morte.
De acordo com informações da Polícia Militar (PM), a criança foi socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e levada ao Centro de Saúde Marivanda Baleeiro. Apesar das tentativas de reanimação, a menina não resistiu. A suspeita é de que a intoxicação tenha ocorrido na rua São Rômulo, localizada próxima à unidade de saúde.
A perícia da Polícia Civil foi acionada para realizar os levantamentos preliminares, e o corpo da criança foi encaminhado ao Instituto Médico-Legal (IML), onde será submetido a exames para confirmar a causa do óbito.
O chumbinho, apesar de amplamente utilizado como raticida, não é autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para esse fim. A substância, de uso exclusivo agrícola, é comercializada ilegalmente em áreas urbanas. Segundo a Anvisa, o chumbinho é composto, em grande parte, por agrotóxicos do grupo dos carbamatos e organofosforados, como aldicarbe, carbofurano e monocrotofós, substâncias altamente tóxicas para seres humanos e animais domésticos.
Além de ser ilegal, o produto também não é eficaz no combate a infestações de roedores. Raticidas regulamentados pela Anvisa, conhecidos como cumarínicos, atuam de forma mais eficaz ao serem ingeridos por toda a colônia de ratos, ao contrário do chumbinho, que pode apenas deslocar o problema para outras áreas.
O caso segue em investigação pela Polícia Civil.