O delegado Henrique César Falleiros foi afastado da chefia da Delegacia Regional de Curvelo, na Região Central de Minas Gerais, após denúncias feitas por uma servidora que o acusou de assédio sexual, moral, perseguição e ameaças. A esposa dele também é investigada por supostas ameaças contra a mesma funcionária.
O afastamento do cargo de liderança foi oficializado no Diário Oficial do Estado nesta quarta-feira (20). Falleiros permanece como delegado de carreira, mas sem função de chefia. O caso está sob apuração do Ministério Público e da Corregedoria da Polícia Civil.
De acordo com o relato da vítima, após anos de convivência profissional, o delegado teria passado a criar situações para ficarem sozinhos, além de enviar mensagens e fazer elogios à aparência e à inteligência dela. Em um episódio dentro da delegacia, ele a teria abraçado e beijado à força.
A denúncia também aponta que, ao tomar conhecimento das mensagens enviadas pelo delegado, a esposa dele teria passado a ameaçar a servidora. Em uma dessas ocasiões, enviou uma foto em que os filhos da vítima apareciam enterrados na areia, em tom de intimidação.
A servidora relatou ainda que passou a sofrer assédio moral no ambiente de trabalho, sendo ameaçada de transferência e impedida de exercer suas funções.
Com base nos relatos, o Ministério Público solicitou a aplicação da Lei Maria da Penha, destacando que situações de violência de gênero também podem ocorrer em relações profissionais. A Justiça acatou o pedido e determinou medidas protetivas, proibindo o delegado e a esposa dele de se aproximarem da servidora e dos filhos dela em um raio de 200 metros, além de qualquer tipo de contato.
Até a última atualização desta reportagem, Falleiros não havia se manifestado.