Dois detentos foram encontrados mortos em uma cela do Complexo Penitenciário Nelson Hungria, em Contagem, na Grande BH, na noite da última sexta-feira (17). Outros dois presos foram localizados feridos em outra cela e encaminhados para atendimento médico.
Os mortos foram identificados como Welbert Junior Gonçalves de Carvalho, 33 anos, e Ailton de Souza Bispo Netto, 29 anos. De acordo com a Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais, Welbert estava na Nelson Hungria no início de outubro, enquanto Ailton entrou no presídio desde setembro de 2023.
Segundo apurações preliminares, presos do Pavilhão 4 conseguiram arrombar portas e cadeados, o que teria permitido o ataque. Testemunhas relataram que três custodiados haviam sido drogados antes da ação, o que facilitou a investida. Especialistas apontam que a chamada “tranca maluca” – prática de recolhimento apressado devido à falta de agentes – pode ter contribuído para a violência.
A direção do complexo instaurou procedimento interno para apurar as circunstâncias do ocorrido. A Polícia Civil também foi acionada e assumiu as investigações criminais. Os corpos foram encaminhados ao Instituto Médico Legal.
O caso soma-se a uma série de mortes no sistema prisional da Grande BH, que totalizam cerca de 30 somente em 2025, conforme dados da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).
Em agosto, o Ministério Público já havia aberto procedimento para investigar aproximadamente 20 óbitos no presídio José Martinho Drumond, em Ribeirão das Neves.
No caso da Nelson Hungria, servidores reclamam da falta de efetivo, o que abre ‘brechas’ para fuga de presos e violência entre os internos.
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